Ucrânia vê aceleração das inspeções como chave para acordo de grãos no Mar Negro

Publicado em 04/01/2023 14:32

Por Pavel Polityuk

KIEV (Reuters) – Os esforços da Ucrânia para aumentar as exportações sob o acordo de grãos do Mar Negro com a Rússia estão atualmente focados em garantir inspeções mais rápidas de navios, em vez de incluir mais portos na iniciativa, disse um alto funcionário ucraniano nesta quarta-feira.

A Ucrânia é um grande produtor e exportador global de grãos, mas a produção e as exportações caíram desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro passado e começou a bloquear seus portos marítimos.

Três importantes portos ucranianos do Mar Negro na região de Odesa foram desbloqueados em julho sob uma iniciativa entre Moscou e Kiev mediada pelas Nações Unidas e a Turquia. Pelo acordo, todos os navios são inspecionados por equipes conjuntas no Bósforo.

Kiev acusa a Rússia de realizar as inspeções muito lentamente, causando semanas de atrasos nos navios e reduzindo o fornecimento de grãos ucranianos aos mercados estrangeiros. A Rússia negou ter retardado o processo.

“A Ucrânia se concentra em normalizar as inspeções, em vez de abrir novos portos”, disse o alto funcionário ucraniano.

Referindo-se a um porto que não faz parte do pacto, o responsável disse: “Por que abrir o porto de Mykolaiv se ao atual ritmo de exportação podemos fechar metade dos portos de Odesa, que já estão abertos?”

A Ucrânia exportou cerca de 7 milhões de toneladas de produtos agrícolas em setembro e outubro e 6 milhões em novembro, mas os embarques caíram drasticamente para menos de 4 milhões em dezembro. Kiev atribui a queda a uma desaceleração das inspeções.

O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia disse na terça-feira que nenhum novo navio deveria chegar ao país para carregamento.

A pasta disse ainda que 94 navios aguardavam inspeção no Bósforo, incluindo 69 navios vazios para carregamento e 25 que já haviam sido carregados com produtos agrícolas.

Os navios estão esperando em média mais de um mês, disse o ministério.

(Por Pavel Polityuk)

Fonte: Reuters

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