Ucrânia estabelece plano para exportar mais grãos para países pobres

Publicado em 15/11/2022 17:30

KYIV, 15 de novembro (Reuters) - A Ucrânia quer alimentar pelo menos mais 5 milhões de pessoas que enfrentam escassez aguda de alimentos até o final da próxima primavera, de acordo com as propostas apresentadas pelo presidente Volodymyr Zelenskiy ao Grupo dos 20 países nesta terça-feira, disse um assessor sênior.

Zelenskiy também disse em uma cúpula do G20 que um acordo mediado pela ONU que facilitou o bloqueio russo aos portos ucranianos do Mar Negro deve ser estendido indefinidamente e incluir mais dois portos - Mykolaiv e Olvia.

Três portos já estão incluídos no acordo mediado pela ONU, que Zelenskiy disse ter permitido à Ucrânia exportar mais de 10 milhões de toneladas de produtos alimentícios desde julho. O acordo deve expirar em 19 de novembro e estão em andamento negociações para estendê -lo.

"O direito à alimentação é um direito fundamental de todas as pessoas no mundo", disse Zelenskiy em um discurso em vídeo aos líderes do G20 reunidos em Bali.

Definindo o que chamou de plano "Grão da Ucrânia", ele instou todos os países a se juntarem "à nossa iniciativa para ajudar os mais pobres com alimentos".

Andriy Yermak, chefe da equipe presidencial da Ucrânia, disse no aplicativo de mensagens Telegram que a Ucrânia separaria uma porção do trigo colhido para os países parceiros comprarem em nome dos países africanos à beira da fome.

"O programa prevê fornecer grãos a pelo menos 5 milhões de pessoas até o final da primavera de 2023", escreveu ele, acrescentando que será implementado em parceria com o Programa Mundial de Alimentos.

"Não daremos aos russos nenhuma oportunidade de criar um Holodomor 2.0", acrescentou Yermak, referindo-se à morte por fome de milhões de pessoas na então Ucrânia soviética na década de 1930.

Ele disse que um navio com 27.000 toneladas de trigo já partiu para a Etiópia como parte do programa e em coordenação com o governo alemão.

Reportagem de Dan Peleschuk; Edição por Kirsten Donovan

Fonte: Reuters

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