Custos de produção impactam margem de lucro dos produtores de grãos

Publicado em 07/06/2022 12:42 e atualizado em 07/06/2022 13:31

Os custos de produção estão impactando a margem de lucro dos produtores de grãos das principais cidades produtoras no Brasil. Um dos fatores para o comprometimento de renda é a alta nos preços dos fertilizantes, que foi intensificada em razão do conflito entre Rússia e Ucrânia, que estão entre os principais produtores mundiais de matérias-primas usadas na fabricação destes insumos.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) fez uma simulação de cenários com base na compra de fertilizantes para as culturas de soja e milho nos municípios de Sorriso (MT) e Castro (PR). Segundo dados do projeto Campo Futuro da CNA, em parceria com o Cepea/Esalq/USP, no primeiro quadrimestre de 2022, os custos com fertilizantes na produção de soja, em Sorriso (MT), passaram de R$ 2.382,53 por tonelada em janeiro para R$ 2.941,66/tonelada em abril.

Considerando a safra 2022/2023, o produtor que conseguiu fazer a trava de preços de fertilizantes no primeiro mês do ano - e considerando o preço médio da saca de 60 kg em R$ 172,80 (preço médio de abril) - , teria uma redução de margem de 1,2% em relação à safra 2021/2022. Por outro lado, o agricultor que orçou a compra de fertilizantes para a próxima safra em abril, e levando em conta o mesmo preço da saca de R$ 172,80, teria uma redução de 19,3% na margem no período 2022/2023 na comparação com a safra anterior.

Já no caso do milho verão produzido em Castro (PR), o orçamento para a compra de fertilizantes variou entre R$ 2.866,47/tonelada e R$ 4.190,39/tonelada no período de janeiro a abril de 2022. No cenário para a compra de fertilizantes em fevereiro e a simulação da saca comercializada a um preço médio de R$ 78,91 (preço médio de abril), o produtor teria uma redução de 8,3% na margem. Na simulação com o orçamento feito em abril/22, o cenário é ainda menos favorável ao produtor, pois com a saca comercializada a R$ 78,91, a margem seria reduzida em 47,8%.

Portanto, os reajustes observados nos preços dos fertilizantes no período mencionado já estão sendo repassados aos custos envolvendo a safra 2022/2023.

 

Fonte: CNA/Senar

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