Coamo gasta 16% menos diesel para levar farelo de soja ao porto em teste de caminhão

Publicado em 14/04/2022 14:53

Logotipo Reuters

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – Um caminhão testado exclusivamente pela Coamo Agroindustrial gastou 16% menos diesel do que um veículo convencional para levar farelo de soja até o porto de Paranaguá, disse um diretor da maior cooperativa agrícola do Brasil à Reuters.

Para realizar o trajeto de cerca de 550 km até o porto a partir de Campo Mourão (PR), onde está a sede da cooperativa, o veículo Volvo FH 6×4 rodotrem gastou cerca de 310 litros de diesel, versus 370 litros de um caminhão tradicional, revelou o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira.

“Na primeira viagem, teve redução de 16% no trajeto Campo Mourão-Paranaguá, chamou muita atenção a performance do caminhão”, destacou ele, lembrando que os testes serão realizados ao longo de seis semanas, com o mesmo caminhoneiro, fator importante na comparação dos resultados com o desempenho de um veículo convencional.

A economia de combustível –em tempos de preços em disparada– é fator importante para o custo do frete, item fundamental em um negócio que movimenta grandes volumes, mas em geral trabalha com margens relativamente pequenas.

O caminhão é o primeiro protótipo construído no Brasil para a realidade do transporte brasileiro, fortemente focado no modal rodoviário, segundo a Coamo, ressaltando que o veículo é “verdadeiro laboratório sobre rodas”.

O diretor citou também as vantagens ambientais que tal veículo pode oferecer.

“Quem consegue reduzir o custo, melhora muito, mas outra coisa fundamental é a questão ambiental. Se estou com um produto mais eficiente energeticamente, mais eficiente para transporte o mesmo volume, melhora muito em termos de emissões”, ressaltou.
 
Segundo o executivo da Coamo, além do diferencial do motor, o veículo tem uma aerodinâmica avançada para diminuir o impacto do vento, assim como a carroceria é de alumínio, para ser mais leve.

“Deu 300 kg a menos (o peso do caminhão-conceito) em relação a um caminhão novo, isso propicia um ganho na carga”, disse Oliveira, considerando também ser este um fator importante para o consumo de combustível.

O veículo testado é equipado com carroceria Randon de alumínio, entre outras inovações, incluindo componentes hidráulicos da Hyva e pneus da Continental.

“Tem muitos segredos, não posso abrir o motor… O veículo conta com pneus com banda um pouco mais larga, mas a composição é ‘single’, não dupla, resultando em menor atrito”, disse Oliveira.

O rodotrem, que leva 48,5 toneladas de farelo de soja até o porto e traz fertilizantes importado na volta para Campo Mourão, está entrando já na terceira semana de testes.

Segundo o diretor, a Coamo tem apenas um contrato de confidencialidade sobre os testes com as fabricantes envolvidas no projeto, mas não há nenhum termo que garanta preferência na compra do veículo, a partir do momento que este eventualmente seja lançado no mercado.

Tags:

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mercado global de grãos e oleaginosas oscila entre otimismo comercial e riscos estruturais, aponta Hedgepoint Mercado global de grãos e oleaginosas oscila entre otimismo comercial e riscos estruturais, aponta Hedgepoint
Produtores intensificam atividades de preparo para plantio de culturas de inverno
Mesmo com oferta abundante e potencial de recordes de produção, mercado do arroz no Brasil enfrenta redução da demanda interna e externa
Arroz/Cepea: Indicador cai para o menor nível desde jul/22
Possíveis cenários de impacto da gripe aviária no mercado do boi vão desde pressão na arroba até melhora nas exportações
Rio Grande do Sul realiza educação sanitária na região do foco da gripe aviária