Indicador do arroz praticamente dobrou em um ano e produtores recuperaram perdas

Publicado em 30/12/2020 15:53
Valor de referência levantado pelo Cepea atingiu R$ 94,12 a saca 50 kg, tipo 1, na terça-feira (29); na máxima do ano, saca a R$ 106,34

Os preços internos do arroz quebraram recordes neste ano de 2020 que se aproxima do fim. Para se ter uma ideia, em um comparativo anual, entre 29 de dezembro de 2019 e a última terça-feira (29), o Indicador ESALQ/SENAR-RS, tipo 1, 58/10, posto indústria Rio Grande do Sul, à vista, quase que dobrou, com alta acumulada de 99,28%, saindo de R$ 47,23 a saca de 50 kg no último ano, para R$ 94,12/saca.

Ao longo do ano, o valor chegou a ser até maior do que o registrado nesta última semana do ano, com recorde na série histórica aR$ 106,34/saca em meados de outubro. Apesar de recuo recente acompanhandouma menor demanda e proximidade da nova safra, que está com plantio sendo finalizado no momento no país, os preços também seguem em cerca de R$ 100/saca empraças   de  comercialização   do   Brasil   central.

Esse cenário visto ao longo do ano, com melhores margens de lucro, fez com que rizicultores recuperassem parte das perdas ao longo das últimas safras e até ampliassem a área de cultivo na nova temporada. “Esse realmente foi um ano de bons preços no mercado, em função da baixa oferta e demanda aquecida, fazendo com que melhorassem as perspectivas do setor”, diz Angelo Maronezzi, engenheiro agrônomo e diretor da Agro Norte Pesquisa e Sementes.

A Agro Norte Pesquisa e Sementes desenvolve e comercializa desde 1994 novas cultivares de arroz, feijão, soja convencional e outros grãos, além de tecnologias e sistemas de produção para os agricultores.

Durante este ano, a alta nos preços do arroz precisou ser repassada ao consumidor, também com recordes sendo registrados, o que fez com que o país retirasse a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre importação do cereal, além da soja, derivados e milho. Nesta reta final do ano, os preços têm recuado com essa medida para conter a alta, mas, principalmente, com a queda da demanda e proximidade da nova safra.

“É normal no final do ano a população consumir mais outros alimentos, como carnes, por exemplo, então os preços tendem mesmo a recuar. Em janeiro, o mercado espera que esses patamares não sofram tanta mudança, mas em fevereiro com a nova safra as cotações podem reduzir um pouco. No entanto, ainda devemos considerar que os estoques de arroz estão baixos e tambémé cedo para sabermos o comportamento do clima”, pontua Maronezzi.

Os trabalhos de plantio do arroz na safra 2020/21 do Brasil atingiram 90,1% da área até o dia 25 de dezembro, segundo o boletim Progresso da Safra divulgado na segunda-feira (28) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Até o momento, a Companhia estima a safra 2020/21 de arroz do Brasil em uma área de 1,72 milhão de hectares entre sequeiro (394 mil ha) e irrigado (1,32 milhão de ha), sobre 1,66 milhão de ha na temporada anterior. A produção é estimada em 10,94 milhões de toneladas, sendo 9,99 milhões de t de irrigado e 950,1 mil t de sequeiro, ante 11,18 milhões de tem 2019/20.

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Fonte: Noticias Agrícolas

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