Produção de grãos deve superar 268 milhões de toneladas na safra 2020/21, diz Conab
A nova safra do Brasil deve superar em 4,2% o recorde obtido na temporada recém-finalizada. De acordo com o 1º Levantamento da safra de grãos 2020/21 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (8), a produção está estimada em 268,7 milhões de toneladas, superando em cerca de 11 milhões de toneladas o recorde de 257,7 milhões de toneladas da última safra.
O estudo também aponta crescimento na área cultivada, na ordem de 1,3%. A expectativa é que nesta safra o plantio ocupe cerca de 66,8 milhões de hectares, o que corresponde a 879,5 mil hectares a mais.
A produção de soja é estimada em 133,7 milhões de toneladas e mantém o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. A colheita total de milho deve atingir 105,2 milhões de toneladas, também a maior da série histórica – aumento de 2,6% sobre a anterior.
A área cultivada com arroz deve aumentar 1,6%, mas a equipe da Conab estima que a produtividade pode não ser tão boa quanto a da última safra. Caso se confirme a redução de 4,2% do volume colhido por hectare, a produção nacional de arroz será de 10,885 milhões de toneladas, ajustada ao consumo previsto. As exportações do grão, por sua vez, podem diminuir em cerca de 400 mil toneladas.
A produção de feijão é distribuída em três safras e, por esse motivo, pode ter ajustes maiores que as outras culturas ao longo do ano. O estímulo para uma safra é influenciado pelos resultados da colheita anterior. Com base nos dados atuais, a Conab estima produção também semelhante ao consumo. A área pode ter pequeno aumento, mas a produtividade pode recuar. No balanço, a soma das três safras é esperada em 3,126 milhões de toneladas, o que significaria diminuição de 3,2% sobre a temporada passada.
Já para o algodão em pluma, projeta-se queda na área e na produtividade, com a produção devendo se limitar a 2,8 milhões de toneladas de pluma, redução de 6,2% sobre a safra passada.
Exportação –
Mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia de COVID-19, as exportações da pluma de algodão caminham para um recorde. Até setembro deste ano, o total exportado foi de 1,2 milhão de toneladas, 49% a mais do que o acumulado do mesmo período no ano passado. Em relação ao milho, para o ano safra atual, foi mantida a previsão de exportações em 34,5 milhões de toneladas. Em setembro, os embarques alcançaram 6,6 milhões de toneladas, 2,6% a mais que no mesmo período do ano passado. Para a soja, a expectativa de venda para o mercado externo está em torno de 82 milhões de toneladas para este ano; para o próximo, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 3,7%. O suporte seria dado pelo câmbio, que pode se manter elevado nos próximos meses.
Conab vê nova safra recorde de soja e exportação de 85 mi t do Brasil em 2021
SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil, principal produto de exportação do país, foi estimada nesta quinta-feira em recorde de 133,7 milhões de toneladas na temporada 2020/21, o que seria um crescimento de 7% ante o ciclo anterior, quando a seca afetou as produtividades no Rio Grande do Sul, de acordo com o primeiro levantamento da estatal Conab para a nova safra.
A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento supera uma previsão de 131,7 milhões de toneladas divulgada nesta quinta-feira pela associação da indústria Abiove, e também é mais otimista do que o apontado em uma pesquisa da Reuters, publicada na véspera, de 132,25 milhões de toneladas. [nS0N2G600K]
Em meio a preços recordes da soja e avançadas vendas antecipadas que já superam metade da safra que começa a ser colhida no início de 2021, a Conab estimou o plantio da oleaginosa em 37,9 milhões de hectares, aumento de cerca de 1 milhão de hectares na comparação com a temporada anterior.
"O ajuste realizado na área plantada é motivado pela elevada rentabilidade obtida pelo produtor em 2020 e à expectativa de sustentação de preços em 2021", disse a Conab, cujo relatório apontou uma ligeira alta ante projeção de 133,5 milhões de toneladas divulgada pela estatal para a nova temporada em evento sobre perspectivas, em agosto.
O país, maior exportador e produtor global de soja, deverá exportar mais de 85 milhões de toneladas em 2021, aumento de 3,7% em relação à última previsão de exportações divulgada pela Conab para 2020, "motivado pelo forte percentual comercializado, até o momento, e à elevada demanda internacional", notadamente da China.
Esse volume de exportação, caso confirmado, superaria um recorde visto em 2018, de mais de 82 milhões de toneladas.
Já o consumo doméstico de soja deverá se manter elevado, "motivado pela recuperação da economia brasileira em 2021, aumento da produção de carnes para exportação e do uso de soja na composição do biodiesel", afirmou a Conab.
"Dessa maneira, espera-se preços elevados no mercado interno para 2021", acrescentou a estatal.
O preço da soja no porto de Paranaguá, um dos referenciais do Brasil, atingiu na véspera um recorde de 159,22 reais por saca, renovando uma máxima histórica batida esta semana, quando superou uma marca de 2012, com a demanda aquecida reduzindo fortemente os estoques, informou o centro de estudos Cepea. Em 12 meses, o valor do produto subiu mais de 80%
A sustentação dos preços ocorre ainda diante ante um atraso no início do plantio da oleaginosa no Brasil, em função de chuvas ainda não regularizadas. A expectativa é de maiores volumes de precipitações a partir da próxima semana.
"A despeito do atraso generalizado no plantio em razão da ausência das chuvas e das previsões que em outubro elas ainda se mantenham instáveis, a expectativa positiva é respaldada pela comercialização característica de um produto com forte liquidez e ao fato dos produtores estarem capitalizados em virtude das excelentes rentabilidades obtidas com a comercialização dos grãos nesta temporada", continuou a Conab.
Segundo a estatal, "está prevista a continuidade do bom desempenho para a temporada que se inicia, respaldada pela forte demanda chinesa, câmbio favorável e preços da soja em um bom patamar, criando um cenário onde os produtores poderão investir mais no pacote tecnológico e melhores cuidados na condução e manejo dos cultivos".
Safra 2020 terá recorde de 252 milhões de toneladas, prevê IBGE
A safra agrícola de 2020 deverá totalizar 252,0 milhões de toneladas, uma alta de 4,4% em relação ao resultado de 2019, o equivalente a 10,5 milhões de toneladas a mais. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e confirmam o recorde na série histórica, iniciada em 1975.
Em relação ao levantamento de agosto, houve elevação de 0,1% na estimativa para a produção deste ano, o equivalente a 296,1 mil toneladas a mais.
Além disso, os produtores brasileiros devem colher 65,2 milhões de hectares na safra agrícola de 2020, uma elevação de 3,1% em relação à área colhida em 2019. O resultado representa 2,0 milhões de hectares a mais em um ano. Em relação ao Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, a alta foi de apenas 43,9 mil hectares, ou 0,1%.
Milho
A segunda safra de milho em 2020 será de 73,9 milhões de toneladas, queda de 0,9% ante 2019, segundo o levantamento do IBGE. A estimativa de setembro ficou 0,4%, ou 272,7 mil toneladas, acima da de agosto. Com isso, a safra total de milho deverá somar 100,5 milhões de toneladas, queda de 0,1% ante 2019, mas será a segunda maior da série histórica do IBGE, atrás apenas do ano passado.
O LSPA de setembro aponta para uma área total plantada de milho de 18,2 milhões de hectares, com queda de 3,2% no rendimento médio, embora haja aumentos de 2,7% na área a ser plantada e de 3,2% na área a ser colhida, na comparação com 2019.
A primeira safra deverá participar com 26,4% da produção brasileira de 2020 e, a segunda, com 73,6%.
No LSPA de setembro, o IBGE revisou a produção da primeira safra de milho para 26,5 milhões de toneladas, declínio de 0,1% em relação a agosto - mas alta de 2,0% em relação a 2019.
Já a segunda safra foi revista para cima no LSPA de setembro, com estimativa de 73,9 milhões de toneladas, alta de 0,4% em relação à de agosto (272,7 mil toneladas a mais), mas uma queda de 0,9% ante 2019. Também na comparação com o ano passado, o rendimento médio caiu 4,0%.
Soja
O IBGE revisou para cima, em 0,3%, sua estimativa para a safra recorde de soja neste ano. A produção de soja, já colhida, somou 121,4 milhões de toneladas, alta de 7,0% em relação à safra de 2019.
A alta de 0,3% na estimativa para a soja no LSPA de setembro ante o de agosto foi puxada pelos dados dos seguintes Estados: "Bahia (1,5% ou 92,5 mil), Minas Gerais (3,1% ou 185,7 mil toneladas), Paraná (0,1% ou 18,6 mil toneladas) e Mato Grosso (0,6% ou 222,1 mil toneladas)", segundo a nota do IBGE.
Por outro lado, houve quedas nas estimativas para São Paulo (-2,2% ou 89,5 mil toneladas) e no Rio Grande do Sul (-0,1% ou 8,6 mil toneladas).
"A produção da leguminosa só não foi maior devido à queda de 39,4% (ou 7,3 milhões de toneladas) na produção gaúcha, devido à estiagem, que também afetou o rendimento médio do grão, que deve ficar em 1.882 kg/ha, 40,8% abaixo da média de 2019 (3 178 kg/ha)", diz a nota do IBGE.
Algodão
O IBGE também revisou para cima, em 2,4%, a estimativa para a produção de algodão herbáceo (em caroço), na comparação do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro com o de agosto. Em setembro, o IBGE estimou uma produção de 7,1 milhões de toneladas, recorde na série histórica iniciada em 1975.
"Não houve modificação em relação à área plantada (1,6 milhão de hectares) e à área a ser colhida, mas o rendimento médio deve subir 2,4%, chegando a 4.339 kg/ha", diz a nota divulgada pelo IBGE.
Segundo o instituto, em Mato Grosso, maior produtor do País (68,8% do total), a estimativa de produção teve alta de 2,5% em relação à de agosto, atingindo 4,9 milhões de toneladas - avanço de 4,6% frente a 2019. "A Bahia, segundo maior produtor (21,0% do total), teve aumento de 3,1% frente à previsão de agosto, atingindo 1,5 milhão de toneladas, e de 0,3% em relação a 2019", diz a nota do IBGE.
Café
O instituto revisou para cima, em 1,7%, a estimativa para a produção de café, na comparação do LSPA de setembro com o de agosto. Em setembro, o IBGE estimou uma produção de 3,6 milhões de toneladas, ou 60,6 milhões de sacas de 60 kg, recorde na série histórica iniciada em 1975. Devido à bienualidade na colheita, a alta em relação à safra de 2019 será de 21,5%.
Na passagem do LSPA de agosto para o de setembro, "a área plantada teve declínio de 0,6%, alcançando 1,9 milhão de hectares, porém o rendimento médio aumentou 2,2%, para 1.925 kg/ha", informou, em nota, o IBGE. Na comparação com 2019, a área plantada aumentou 4,2%, enquanto o rendimento médio cresceu 16,7%.
Para o café arábica, a produção estimada no LSPA de setembro foi de 2,8 milhões de toneladas, ou 46,1 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 2,4% em relação ao mês anterior.
"A maior variação do mês coube a Minas Gerais, maior produtor nacional do café arábica (71,1% do total), com alta de 1,6% em relação a agosto e de 32,6% em relação a 2019, e produção estimada em 2,0 milhões de toneladas. Em São Paulo, segundo maior produtor, a alta foi de 5,9% em relação a agosto e de 39,7% em relação a 2019, devendo alcançar 370,0 mil toneladas", diz a nota do IBGE.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção no LSPA de setembro, de 870,6 mil toneladas, ou 14,5 milhões de sacas de 60 kg, apresenta queda de 0,5% em relação a agosto e de 5,7% em relação ao ano anterior.
Outras culturas
O IBGE ajustou para baixo, em 5,4%, a estimativa para a produção de trigo na comparação do LSPA de setembro com o de agosto. Em setembro, o IBGE estimou uma produção de 6,8 milhões de toneladas, o que ainda representa uma alta de 30,6% ante a safra de 2019.
"A região Sul deve responder por 88,0% da produção tritícola nacional, e no Paraná, maior produtor (48,6% do total) estima-se uma produção de 3,3 milhões de toneladas, com queda de 4,4% em relação a agosto, mas alta de 55,8% frente a 2019", diz a nota divulgada pelo IBGE.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,0 milhão de toneladas no LSPA de setembro, queda 4,3% em relação ao mês anterior. "O clima adverso também comprometeu as produções do Rio Grande do Sul e do Paraná, maiores produtores brasileiros do cereal, com estimativas de 713,0 e 203,0 mil toneladas, respectivamente. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da aveia deve crescer 14,4%", diz o IBGE.
Outro cereal de inverno, a cevada teve a produção estimada em 412,3 mil toneladas no LSPA de setembro, recuo de 1,5% em relação ao mês anterior. "Os maiores produtores do cereal são Paraná, com 289,7 mil toneladas, e Rio Grande do Sul, com 108,6 mil toneladas. Em relação ao ano anterior, a produção brasileira da cevada deve apresentar crescimento de 3,0%", diz a nota do IBGE.
O IBGE também reviu para baixo a produção de laranja, estimada 17,0 milhões de toneladas, ou 416,7 milhões de caixas de 40,8 kg, no LSPA de setembro, uma queda de 7,5% em relação ao mês anterior, com reduções de 1,8% na área plantada e 5,8% no rendimento médio das lavouras.