Banco do Brasil sinaliza com medida para renegociação das dívidas no arroz

Publicado em 05/04/2018 16:19
Encontro em Brasília com a participação da Federarroz encaminhou propostas para situação dos custeios e investimentos da safra 2017/2018

Em reunião realizada nesta quarta-feira, dia 4 de abril, em Brasília (RS), o Banco do Brasil apresentou ao setor arrozeiro as diretrizes para realizar a renegociação das dívidas dos produtores em relação à última safra. Até a próxima semana deve ser anunciada uma posição oficial do agente financeiro sobre os custeios, mas em relação aos investimentos ficou acertada a prorrogação dos vencimentos de investimentos de 2018 que passarão para o final do contrato.

Segundo o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, a proposta do Banco do Brasil era de um pagamento de 30% dos custeios da safra 2017/2018 que vencerão neste ano e com isso concederia três anos de prazo depois do pagamento desta entrada. "Argumentamos que isto seria uma medida emergencial para que tirasse o compromisso imediato do produtor destes financiamentos e a entrada de 30% seria muito pesada. Solicitamos que fosse de 10% porém o banco argumentou as dificuldades deste percentual menor mas aceitou levar para a diretoria para tentar aprovar esta medida. Esperamos que se chegue a um número de 20% de entrada", observa.

Na audiência, intermediada pelo coordenador da Comissão Externa do Endividamento Agrícola, deputado Jerônimo Goergen (Progressistas/RS), o dirigente da Federarroz apresentou as dificuldades relacionadas ao setor arrozeiro gaúcho, que tem convivido com altos custos de produção e preços baixos, além da concorrência desleal do produto oriundo do Mercosul. "Colocamos o contexto da lavoura de arroz e a necessidade de tratarmos as questões estruturais com o governo, mas com o Banco do Brasil tratamos da urgência desta medida para tirar a pressão do mercado com os vencimentos que se aproximam", ressalta.  

Outras agendas relacionadas ao setor foram realizadas na Capital Federal. Com a intermediação de Goergen e do deputado Alceu Moreira (MDB/RS), houve uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), onde foi discutido o projeto que trata da fiscalização do arroz vindo do Mercosul. "O presidente da Câmara nos prometeu que colocaria nesta semana ainda o projeto para ser apreciado pela Casa", informa.

As dificuldades da lavoura arrozeira foi tema de encontro com a Bancada Gaúcha no Congresso Nacional, onde o vice-presidente da Federarroz apresentou um resumo da situação atual da lavoura de arroz falando das dificuldades de mercado, além de colocar a necessidade de achar uma solução de longo prazo sobre o endividamento dos produtores. Também foi oficializado convite da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária (CNA) para que a entidade participe de um Grupo de Trabalho específico sobre os gargalos da cadeia orizícola, onde a Federarroz deve participar a partir de maio.
 

Fonte: AgroEffective

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibrafe: Produtores do Paraná estão ocupados tentando colher Feijões em meio às chuvas
Conab: Equipe técnica realiza pesquisa para atualizar o levantamento da Safra de Grãos 2024/2025
Boa produção e reabertura de exportações asiáticas tendem a favorecer oferta de arroz no mercado mundial
Ibrafe: Mercado do feijão está especulado
Novos leilões de contrato de opção de venda de arroz são marcados para próximo dia 20
China promoverá modernização das fazendas para sustentar produção de grãos
undefined