Inicia colheita de trigo no Rio Grande do Sul

Publicado em 12/10/2017 08:50

O trigo se encaminha para a colheita, que iniciou nesta semana, de forma insipiente, no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, 20% das lavouras de trigo se encontram aptas (maduras) para a colheita, 60% estão em fase de formação de grão, 15% em floração e 3% estão em desenvolvimento vegetativo. As primeiras colheitas apresentam volumes aquém do desejado e qualidade inferior. Com isso, as empresas compradoras de trigo estão sem preço para o produto e, portanto, sem comercialização para os grãos em depósito, o que deixa os triticultores gaúchos desmotivados quanto aos investimentos realizados na cultura nesta safra de 2017.

Assim como para o trigo, as chuvas frequentes que vêm ocorrendo, com previsão de continuar nas próximas semanas, não são benéficas para as demais culturas de inverno, como cevada, aveia e canola, uma vez que se encontram em maturação e colheita, fases em que o ideal é um tempo mais seco.

Com os níveis de umidade mais favoráveis, o plantio do milho transcorreu normalmente no último período, mas com a proximidade do período indicado para o plantio da soja, o desejo dos produtores é finalizar os trabalhos com o milho para se dedicar à oleaginosa. Nesta semana, o percentual de área plantada com milho alcança 56%, apresentando ótimo stand de plantas e desenvolvimento vegetativo normal. Nas lavouras plantadas recentemente, a germinação é considerada boa, com as plântulas denotando bom vigor inicial. Com o retorno da umidade em níveis adequados, a incidência da lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda), que se mostrava em níveis preocupantes, tanto em lavouras com variedades convencionais quanto em variedades resistentes, parece ter diminuído de intensidade, resultando em um menor número de aplicações para o seu controle. 

FRUTÍCOLAS E OLERÍCOLAS

Chega ao fim a safra de citros na região do Vale do Caí. O encerramento da colheita neste ano se dá mais precocemente do que o normal, em função da ocorrência de um inverno com temperaturas amenas, o que apressou a maturação das frutas, e, em consequência, sua colheita. Esta safra, que iniciou no mês de abril, com a colheita da bergamota Satsuma, e continuou com a colheita das cultivares precoces de bergamoteiras e laranjeiras, e agora culmina com a colheita das cultivares tardias, transcorreu sem eventos climáticos extremos que pudessem prejudicar a produtividade dos pomares.

Com o fim da colheita das bergamotas e laranjas, a única fruta cítrica que ainda será colhida até o início da próxima safra, em 2018, é a lima ácida Tahiti, o popular limãozinho da caipirinha. O Tahiti tem floração em fluxos durante todo o ano, portanto tem também colheita durante todo o ano. Nesta época, como o principal produtor de Tahiti do Brasil, o estado de São Paulo, está praticamente sem produção, o preço se eleva, o que tem ocorrido desde o mês de julho, quando o citricultor recebia em média R$ 20,00 pela caixa de 25 kg de Tahiti, sendo que o preço médio hoje está em R$ 80,00 a caixa.

Na Serra gaúcha, as primeiras frutas da safra do pêssego estão sendo colhidas em pomares implantados em locais de clima mais quente e com variedades superprecoces, com a Kampai. Os frutos estão bem coloridos, com médio calibre e sabor abaixo do esperado. As plantas destes pomares mostram-se com boa sanidade e carga de frutos, porém com reduzida área foliar, o que vem explicar, em grande parte, esse sabor não muito doce, consequência do baixíssimo acúmulo de horas de frio, sendo que muitas gemas vegetativas não conseguiram evoluir.

As lavouras de aipim/mandioca das regiões das Missões e Fronteira Noroeste já estão brotadas e formando nova estrutura vegetativa. As lavouras novas implantadas já estão em emergência e sendo realizada a capina manual. Outros continuam realizando o plantio conforme disponibilidade de tempo. Produtores relatam que a raiz está com bom cozimento. Ainda há preparo para o início de plantio das áreas nuas. O plantio foi realizado em cerca de 70% da área estimada. Devido às chuvas ocorridas na semana, a previsão é de intensificar o plantio.

A cultura da cebola vem se desenvolvendo muito bem na Serra, favorecida pelas condições climáticas reinantes até o momento. A deficiência hídrica, bem marcante nos meses de agosto e setembro, foi bem suprimida com aporte de água via irrigação. Lavouras de variedades precoces estão em plena bulbificação, estando um pouco atrasadas, mesmo tendo sido precocemente (abril) implantadas. Grande parte da área cultivada é da variedade tardia, que está em pleno desenvolvimento e com muito boa sanidade, isenta de fitopatias e ataque de pragas. A área total ficou abaixo do planejado, por problemas climáticos enfrentados na produção das mudas no período da semeadura.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

As áreas de campo nativo apresentam melhorias na capacidade de suporte e na qualidade com a brotação de algumas espécies devido às temperaturas mais elevadas, ocorrência de chuvas mais frequentes e boa luminosidade. Recomenda-se evitar excesso de lotação nesta fase. As pastagens de campo nativo com melhoramento estão com boa oferta de forragem e recebendo pastoreio, resultando em animais com boa condição corporal.

Na bacia leiteira, a produção de pastagens de inverno está de acordo com o esperado, fornecendo pastoreio intenso para o gado e, com isso, diminuindo o consumo de silagem e de ração comprada. Os produtores que vão plantar pastagem de verão já estão em busca de melhores preços e oferta de semente e adubos.

Ovinocultura - O rebanho gaúcho de ovinos está em bom estado nutricional e boas condições sanitárias devido à oferta adequada de pastagem de inverno. Entretanto, devido ao aumento da umidade do solo, principalmente em áreas baixas, está havendo incidência de manqueira e verminose. Nas principais regiões criadoras, o nascimento de cordeiros está chegando ao final e registra boa sobrevivência, apesar de continuarem os cuidados com os predadores (sorros, cachorros, caranchos e em especial ao ataque dos javalis). Manejo de descola e castração e assinalação dos cordeiros. Em seguida os pecuaristas começam o preparo dos cordeiros que irão para abate ao final do ano.

Fonte: Emater/RS

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