Inicia a colheita do feijão no Rio Grande do Sul
As primeiras lavouras de feijão 1ª safra implantadas no Estado estão sendo colhidas, com potencial produtivo acima da produtividade inicialmente projetada. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, em áreas, como nos Campos de Cima da Serra, recém está iniciando a semeadura, beneficiada pelas condições de umidade no solo e temperatura, o que projeta uma germinação uniforme. Nas outras regiões, onde as fases são as mais variadas, a falta de chuvas prejudica as lavouras em fase de floração e enchimento de grãos.
Na soja, a implantação desta safra está finalizando, restando apenas 5% da área estimada de 5,524 milhões de ha. A emergência e o desenvolvimento inicial das lavouras são normais, apresentando bom padrão de lavoura. Apenas uma pequena parcela implantada no Noroeste do Estado apresenta desuniformidade de emergência devido à baixa umidade no solo. Nas Missões, em Novo Machado, Porto Mauá e Nova Candelária, as áreas de lavouras implantadas bem cedo com variedades precoces já iniciaram a floração.
A cultura do milho evolui rapidamente, mas ainda com grande parte de lavouras em desenvolvimento vegetativo. Algumas áreas implantadas no cedo iniciam fase de espigamento e formação dos grãos. Nas áreas onde ocorreram chuvas em quantidades necessárias, as plantas apresentam bom potencial, sem sintomas de perdas. Em locais onde as precipitações foram abaixo do necessário para a cultura, as plantas apresentam murchamento. Essa situação faz com que os produtores fiquem preocupados com as previsões de pouca chuva para os próximos dias, o que pode comprometer a lavoura.
Ameixa - Colheita das variedades precoces já encerrada e iniciando a da Fortune, uma das variedades mais cultivada na Serra Gaúcha, com boa sanidade e vigor, com frutas de ótima coloração e bom calibre. As duas principais pragas, grafolita (broca dos ponteiros) e mosca das frutas, continuam tendo ocorrência insignificante, trazendo raros casos de preocupação e necessidade de controle. O momento é de reforçar as adubações de cobertura nas cultivares mais tardias, como Rainha Cláudia e Letícia, assim como a poda verde, prática cultural que visa evitar o sombreamento excessivo das frutas.
Citros - O tempo tem transcorrido de forma satisfatória para o desenvolvimento das frutas cítricas na região do Vale do Caí. As chuvas têm sido regulares, bem distribuídas e na quantidade adequada. As plantas cítricas estão com carga de fruta satisfatória. Os citricultores desenvolvem práticas de roçadas, podas e de tratamentos preventivos às doenças. A colheita encerrou-se no final de novembro, mas alguns poucos citricultores ainda têm pequena quantidade de laranja Valência e do tangor (cruzamento natural de laranjeira com bergamoteira) Murcott por colher. Ainda há frutas nas câmaras frias de alguns citricultores e dos comerciantes de cítricos.
No município de Pareci Novo alguns citricultores já estão realizando o raleio da bergamota Satsuma. Esta bergamota é a primeira fruta cítrica que será colhida na nova safra, a partir de meados de fevereiro, sendo a mais precoce das frutas cítricas cultivadas na região. A Satsuma, de origem japonesa, é uma fruta sem acidez e sem sementes, cuja casca não libera o cheiro característico das bergamotas quando a fruta é descascada. O raleio dos cítricos, que iniciou com a Satsuma, consiste na retirada de parte das frutas verdes, no início do seu crescimento, permitindo que as frutas que ficam na planta tenham um melhor desenvolvimento, atingindo um diâmetro maior e com melhor qualidade. O raleio segue a sequência da maturação das diferentes variedades de bergamoteiras, nesta ordem: Satsuma, Caí, Pareci e, por último, a Montenegrina.
Pêssego - Os pessegueiros estão na fase de plena frutificação e colheita na zona Sul. A colheita intensifica-se e já alcança 65% da safra. Seguem os tratamentos fitossanitários nos pessegueiros, objetivando o controle das doenças, principalmente a podridão parda e o ataque da mosca das frutas. Os produtores estão satisfeitos com a safra em andamento, com bom tamanho dos frutos das cultivares que começam a ser colhidas. As cultivares de pêssego Jade e Esmeralda, as principais em área de cultivo e produção, estão em início de colheita. A safra na região, que compreende oito municípios com um total de 6.155 hectares envolvendo 1.387 famílias, deverá ficar entre 42 a 45 mil toneladas, com no máximo 50 milhões de quilos.
Cebola - Com as condições climáticas bastante favoráveis à cultura e à prática do arranquio e guarda dos bulbos, está concluída a colheita de materiais mais precoces e vem ganhando ritmo a colheita da principal variedade cultivada na região Serrana, a Crioula. Nessa, se mantêm a ótima sanidade e o bom calibre detectados nas já colhidas. Inclusive, há casos em que os cebolicultores estão apressando a colheita para impedir um incremento maior do calibre e, dessa forma, conseguir melhor inserção no tão concorrido mercado dessa safra. Pela sanidade inicial e ocorrência frequente de dias ensolarados e vento, a cura nos galpões vem se processando de forma ideal, reduzindo enormemente os riscos de perdas na estocagem, fato bastante considerável na safra passada.
Ovinocultura - Com o desenvolvimento das forrageiras nativas, os rebanhos melhoram a condição corporal e o aspecto sanitário (cascos e verminoses) vêm melhorando, pois o número de dias com chuva diminui. É ótimo o desenvolvimento dos cordeiros, e os animais recém-esquilados tendem a repor sua condição corporal em poucos dias, pois têm uma tendência de aumentar o consumo de alimento neste período.
Na região de Bagé, em vários locais já foi finalizada a esquila dos animais e os produtores organizam o rebanho de cordeiros para a oferta no período de final de ano, quando a comercialização se acentua, com preços atrativos. As negociações também ocorrem com os borregos até dois dentes e ovelhas de descarte. Neste momento o produtor descarta algumas borregas para a reprodução, que ocorrerá a partir de janeiro.