Em novembro, IBGE prevê safra 14,2% maior para 2017

Publicado em 08/12/2016 08:12

O segundo prognóstico para a safra de 2017 aponta uma produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 210,1 milhões de toneladas, 14,2% acima da safra de 2016. Este aumento deve-se às maiores produções previstas para todas as regiões: Norte (5,1%), Nordeste (53,9%), Sudeste (8,3%), Sul (5,4%), Centro-Oeste (20,1%).

Já a décima-primeira estimativa para a safra de 2016 totalizou 183,9 milhões de toneladas, com queda de 12,3% em relação a 2015 (209,7 milhões de toneladas). A área a ser colhida (57,2 milhões de hectares) é 0,8% menor que a do ano anterior.

O arroz, o milho e a soja, três principais produtos deste grupo, representam 92,4% da estimativa da produção e responderam 87,9% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,8% na área da soja e reduções de 1,5% na área do milho e de 10,1% na área de arroz. Quanto à produção em relação a 2015, as três avaliações foram negativas: -1,5% para a soja, -15,5% para o arroz e -25,5% para o milho.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.

Estimativa de novembro para 2016
183,9 milhões de toneladas
Variação novembro/outubro 2016
0,0% (+72,7 mil de toneladas)
Variação safra 2016/safra 2015
-12,3% (-25,8 milhões de toneladas)
Segundo prognóstico safra 2017
+14,2% (+26,2 milhões de toneladas)

Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões e Unidades da Federação
Participação na produção
novembro de 2016

Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes Regiões e Unidades da Federação
Participação na produção
novembro de 2016

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 75,0 milhões de toneladas; Sul, 72,9 milhões de toneladas; Sudeste, 19,7 milhões de toneladas; Nordeste, 9,8 milhões de toneladas e Norte, 6,6 milhões de toneladas.

Comparativamente à safra passada, foi constatada redução de 2,1% no Sudeste, de 14,6% no Norte, de 40,6% no Nordeste, de 16,4% no Centro-Oeste e de 3,8% no Sul. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 23,9%, seguido pelo Paraná (19,3%) e Rio Grande do Sul (17,1%), que, somados, representaram 60,3 % do total nacional previsto.

Estimativa de novembro em relação a outubro de 2016

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de novembro destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de outubro: batata 2ª safra (7,5%), batata-inglesa 3ª safra (4,6%), cevada (6,9%), aveia em grão (2,6%), trigo (1,8%), sorgo (-0,6%), cebola (-1,0%) e feijão em grão 2ª safra (-1,2%).

BATATA- INGLESA – A estimativa nacional para a produção da batata- inglesa em 2016 somou 3.830.707 toneladas nas três safras do produto, um aumento de 3,1% frente ao mês anterior. As variações foram maiores nas 2ª e 3ª safras, de 7,5% e 4,6%, respectivamente. Na 2ª safra, os resultados foram influenciados principalmente pela Bahia, que cresceu 138,3% na estimativa da produção em relação ao mês anterior. A 3ª safra da batata teve um aumento de 4,6% na expectativa de produção, influenciada por um aumento de 79,8% na estimativa da produção da Bahia.

CEBOLA – A estimativa da produção nacional de cebola alcançou 1.527.305 toneladas em novembro, com queda de 1,0% frente ao mês anterior. A estimativa do rendimento médio caiu 0,6%, enquanto que a área plantada e a área a ser colhida foram revistas e apresentam queda de 0,5%. Os dados refletiram o resultado de Goiás, que em novembro apresentou redução de 16,7% nas estimativas de área plantada e de área a ser colhida, resultando em decréscimo da estimativa da produção nesse mesmo percentual.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A estimativa da produção da aveia alcançou 776.388 toneladas em novembro, aumento de 2,6% frente ao mês anterior. Os dados foram influenciados pelo Paraná, com aumento de 15,4% na estimativa da produção, em decorrência dos aumentos de 12,4% no rendimento médio e de 2,6% na estimativa da área colhida.

Para a cevada, a estimativa da produção apresentou aumento de 6,9% em novembro quando comparado ao mês anterior. A produção esperada é de 338.083 toneladas e o rendimento médio, de 3.806 kg/ha, apresentou aumento de 7,0%. Os dados foram influenciados pelo resultado do Paraná, com uma estimativa de produção de 194.291 toneladas, representando um aumento de 12,6% frente ao mês anterior.

Com relação ao trigo, a estimativa da produção do país deve alcançar 6.416.632 toneladas em 2016, aumento de 1,8% frente ao mês anterior, em decorrência do aumento de 1,8% na estimativa do rendimento médio. Em novembro, o Paraná aumentou em 3,5% a estimativa da produção do trigo, devendo colher 3.383.850 toneladas em 2016.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa total da produção nacional de feijão, no mês de novembro, apresentou redução de 0,5% em relação a outubro. A quebra na produção de feijão, em relação a 2015, reflete as condições climáticas desfavoráveis que ocorreram ao longo de 2016.

A 2ª safra de feijão foi estimada com uma diminuição de 1,2% frente à estimativa de outubro, refletindo a queda na área colhida de 2,4% e o aumento de 1,2% na previsão do rendimento médio. A diminuição na expectativa de produção da 2ª safra de feijão foi de 12.399 toneladas e deve-se, principalmente, a Alagoas, onde a área colhida sofreu redução de 68,2% em relação a outubro, o que reduziu a estimativa de produção em 68,3%, representando uma perda de 10.912 toneladas apenas neste estado.

SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo em 2016 alcançou 1.154.373 toneladas, queda de 0,6% frente ao mês anterior (- 6.929 toneladas). A área colhida apresentou queda de 0,4% e o rendimento médio foi reduzido em 0,3%. Os dados resultaram em reajustes realizados nas estimativas, principalmente, dos seguintes estados: Tocantins (-3 365 toneladas), Mato Grosso (- 4 170 toneladas) e Goiás (+1 486 toneladas).

Estimativa de novembro de 2016 em relação à produção de 2015

Dentre os 26 principais produtos, nove apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: aveia em grão (53,8%), batata-inglesa 3ª safra (3,1%), café em grão-arábica (23,9%), cebola (5,6%), cevada em grão (81,5%), feijão em grão 3ª safra (5,4%), mandioca (3,6%), trigo em grão (16,5%) e triticale em grão (30,4%). Com variação negativa foram 17 produtos: algodão herbáceo em caroço (-16,9%), amendoim em casca 1ª safra (-10,3%), amendoim em casca 2ª safra (-27,4%), arroz em casca (-15,5%), batata-inglesa 1ª safra (-3,2%), batata-inglesa 2ª safra (-0,2%), cacau em amêndoa (-21,4%), café em grão-canephora (28,2%), cana-de-açúcar (-2,0%), feijão em grão 1ª safra (-15,7%), feijão em grão 2ª safra (-21,4%), laranja (-4,5%), mamona em baga (-52,7%), milho em grão 1ª safra (-16,2%), milho em grão 2ª safra (-30,4%), soja em grão (-1,5%) e sorgo em grão (-46,0%).

Perspectivas para a safra de 2017

Neste segundo prognóstico, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2017, foi estimada em 210,1 milhões de toneladas, 14,2% maior que o total obtido na safra colhida em 2016. Este aumento deve-se às maiores produções previstas para todas as regiões, sendo: Norte (5,1%), Nordeste (53,9%), Sudeste (8,3%), Sul (5,4%), Centro-Oeste (20,1%).

Analisando-se os seis produtos de maior importância para a próxima safra de verão, apenas um produto apresenta variação negativa na produção em relação a 2016, o amendoim (em casca) 1ª safra (-1,9%). Os demais apresentam variações positivas na produção: algodão herbáceo (em caroço) (7,1%), arroz (em casca) (8,5%), feijão (em grão) 1ª safra (25,0%), milho (em grão) 1ªsafra (18,0%) e soja (em grão) (7,8%).

Os números levantados foram somados às projeções obtidas a partir das informações de anos anteriores, para as Unidades da Federação que ainda não dispõem das estimativas iniciais. Como este prognóstico é realizado por levantamentos e projeções calculadas, as informações de campo representam 65,7% produção nacional prevista, enquanto as projeções respondem por 34,3% do total agora estimado.

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – Para a safra 2017, são esperadas 3,6 milhões de toneladas de algodão, valor 1,8% superior ao primeiro prognóstico e 7,1% à estimativa de safra de 2016. Apesar da redução da área plantada em comparação com a safra 2016, (-4,6%), espera-se melhora nas condições climáticas trazendo maior rendimento médio nacional, (+12,0%).

ARROZ (em casca) – A segunda estimativa para a safra nacional 2017 informa uma produção esperada de 11.286.442 toneladas e um rendimento médio de 5.838 kg/ha, maiores, respectivamente, em 8,5%, e 7,9%, quando comparados aos dados da safra anterior. Já a área plantada encontra-se 2,3% menor.

FEIJÃO (em grão) 1ª safra – A segunda estimativa da produção de feijão de verão (1ª safra) para o ano de 2017 apresenta um aumento de 25,0% em relação ao volume colhido em 2016, totalizando 1.423.886 toneladas. Este expressivo crescimento resulta do acréscimo na área a ser colhida, estimada em 1.709.389 hectares, 21,6% maior que no período anterior, quando muitas lavouras da Região Nordeste foram afetadas pela seca. O aumento das estimativas de área plantada e da área a ser colhida decorre também do bom preço do produto, que se manteve em um patamar elevado durante todo o ano de 2016. Também há previsão do aumento no rendimento médio (2,8%), que poderá alcançar 833 kg/ha, se as boas condições climáticas forem mantidas.

Estima-se que a produção total de feijão no ano de 2017 deve superar 3,0 milhões de toneladas. Porém, é importante salientar que para o cálculo das estimativas para as 2ª e 3ª safras, a maioria das informações ainda são formadas por projeções realizadas pelo cálculo de médias dos últimos cinco anos, eliminando-se os extremos.

MILHO (em grão) 1ª safra – O segundo prognóstico da produção de milho em 2017 apresentou números positivos para a cultura. A expectativa é de acréscimo de 6,4% na área plantada e de 5,9% no rendimento médio. Este aumento resulta numa produção de 28.683.309 toneladas, 18% superior ao período anterior, marcado por expressivas perdas em virtude das condições climáticas adversas que comprometeram o desempenho das lavouras. A perspectiva para o ano de 2017 é de que a 1ª safra seja responsável por 35,3% da produção do total de milho no país.

SOJA (em grão) – A segunda estimativa de produção para 2017 segue otimista quanto à colheita da leguminosa no período. Com a fase de plantio chegando ao fim, a expectativa é de 7,8% de aumento em relação à produção em 2016, podendo alcançar 103.528.123 toneladas. Este volume indica a possibilidade de novo recorde na produção nacional do grão no próximo ano.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, com informações obtidas pelas Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do MAPA, num processo de harmonização iniciado em março de 2007.

Fonte: IBGE

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibrafe: Produtores do Paraná estão ocupados tentando colher Feijões em meio às chuvas
Conab: Equipe técnica realiza pesquisa para atualizar o levantamento da Safra de Grãos 2024/2025
Boa produção e reabertura de exportações asiáticas tendem a favorecer oferta de arroz no mercado mundial
Ibrafe: Mercado do feijão está especulado
Novos leilões de contrato de opção de venda de arroz são marcados para próximo dia 20
China promoverá modernização das fazendas para sustentar produção de grãos
undefined