Falta de chuvas em Alagoas afeta produções de grãos

Publicado em 18/10/2016 10:06
De acordo com especialista da região, safra de 2016 foi uma das piores dos últimos cem anos

A seca que atingiu diversas cidades do estado de Alagoas afetou diretamente as lavouras da região. “Os meses que normalmente apresentam um considerável volume de pluviosidade deixaram a desejar. Agosto, que é justamente o período de enchimento de grãos, ficou em torno de 25 dias sem cair uma gota d’água”, afirma Hibernon Albuquerque, engenheiro agrônomo e superintendente de desenvolvimento agropecuário da Secretaria de Estado de Agricultura de Maceió (AL).

Uma das principais culturas prejudicadas foi a de grãos, entre as quais a soja, o milho e o feijão. “Entre Araparica, no centro do estado, até o oeste, a perda foi de aproximadamente 80% na produção. Cerca de 40 municípios estão em estado de emergência. Porém, quando analisamos a região do Agreste Alagoano, localizada entre o sertão e a mata atlântica, o prejuízo foi menor”, explica o especialista.

Por conta da queda nas produções, os agricultores foram obrigados a subir os preços no mercado. “A saca de milho, que em um ano normal chegaria, no máximo, a R$ 40, está em torno de R$ 60 a R$ 70. Há um mês, a saca do feijão estava quase R$ 500, valor muito maior que o normal”, diz.

Segundo Hibernon, geralmente, a época de chuvas na região vai do final de abril até meados de agosto, tendo sempre umidade para plantio, seja na zona mais seca ou no Agreste. No litoral, as chuvas sempre se alongam um pouco mais. “Desde 2012, no entanto, os municípios de Alagoas estão com precipitações abaixo do normal, não tendo mais reservas de água”, explica. A situação não é nada favorável aos agricultores alagoanos. “O ano de 2016 foi um dos piores dos últimos cem anos”, finaliza.

De acordo com o meteorologista Alexandre Nascimento, em 2012 quase tivemos a formação de um fenômeno chamado El Niño. Depois, Alagoas passou por um período de bloqueio atmosférico entre 2013/2014 – 2014/2015 onde não chovia. O último El Niño se formou no final de 2014 agravando mais a crise hídrica e durou até meados de 2016. No momento, estamos em um período de neutralidade prestes a ter a influência do fenômeno La Niña, mas de forma fraca. É normal para esta época do ano não chover no estado. Porém, a boa notícia é que para a próxima temporada (março de 2017) a chuva volte ao normal com precipitações dentro da média.

Fonte: Climatempo

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Mercado global de grãos e oleaginosas oscila entre otimismo comercial e riscos estruturais, aponta Hedgepoint Mercado global de grãos e oleaginosas oscila entre otimismo comercial e riscos estruturais, aponta Hedgepoint
Produtores intensificam atividades de preparo para plantio de culturas de inverno Produtores intensificam atividades de preparo para plantio de culturas de inverno
Mesmo com oferta abundante e potencial de recordes de produção, mercado do arroz no Brasil enfrenta redução da demanda interna e externa
Arroz/Cepea: Indicador cai para o menor nível desde jul/22
Possíveis cenários de impacto da gripe aviária no mercado do boi vão desde pressão na arroba até melhora nas exportações
Rio Grande do Sul realiza educação sanitária na região do foco da gripe aviária