Editorial: Presidente do Ibrafe se posiciona sobre especulação no mercado de feijão
HORA DE AGIR. Quando especuladores tentam assumir o controle do mercado é porque nós deixamos este espaço, na verdade um abismo, entre produtores e empacotadores. Estes dois atores do mercado não estão sozinhos. Ambos sofrem ação do terrorismo de informações mal usadas quando há momentos de incertezas quanto ao tamanho da demanda ou ao tamanho da oferta. A distância física e a ocupação envolve, de um lado, a produção no campo e, de outro, o empacotamento.
Mas quem deveria ser corretor, ou seja, quem deveria fazer corretamente a ligação entre o campo e o empacotador, acabou por perceber o grau confiança que adquire, com o tempo, junto aos dois lados para auferir um ganho que nem sempre é do conhecimento das partes. Isso é picaretagem. O que é feito na vida desta forma não é durável. As relações se tornam de total desconfiança e desmoronam totalmente quando fica provado que o intermediário, na verdade, está ali para espoliar os dois lados.
Alguns dirão que estamos num país democrático e capitalista, mas calma lá! Nem a democracia, nem o capitalismo suportam a mentira e a malandragem brasileira por muito tempo. Produtores podem se unir, lutar em prol de uma causa comum, e não é, não, algo raro e impossível.
A informação é a melhor defesa, é a verdade transparente sobre a mesa. Esconder o jogo e blefar sobre a sua realidade podem ser divertidos e indolores apenas no jogo do truco. Os empacotadores, entre eles mesmos, repassam informações mais transparentes para enfrentar os compradores vorazes do varejo. Eles têm descoberto que há espaço para, de forma organizada, evitar serem jogados uns contra os outros.
A oportunidade bate à porta. Acontecem, nesta semana, reuniões preparatórias para o Fórum Brasileiro do Feijão, em Foz. O sucesso deste tipo de iniciativa vem da disposição de falar a verdade e de colaborar com seus números e com seus conhecimentos sobre o plantio em determinadas regiões.
Durante a semana que vem, na quinta-feira, às 11h da manhã, no Fórum Brasileiro do Feijão, teremos a oportunidade de construirmos um conhecimento agregado muito mais completo e verdadeiro por ser fruto do coletivo. É muito forte e pode mudar o rumo de mercados. Foi assim e é assim com o café, a soja, o algodão, o milho, o amendoim e com as cadeias produtivas mais desafiadoras, como o mel. Colabore para ganhar!