Exportadores de carne de frango estão cautelosos sobre contratos de longo prazo, diz ABPA
O clima de negócios está fervendo em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com a realização da Gulfood, maior feira de alimentos do Oriente Médio. O Brasil é um dos destaques do evento, com estandes de diversos setores que fornecem produtos para a região árabe. Dentre os exportadores de carne de frango são 17 empresas participantes, por meio de ação organizada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Apesar da grande movimentação da feira e consolidação de negócios do Brasil com clientes do Oriente Médio (principal importador de carne de frango do Brasil, com quase 1,6 milhão de toneladas em 2015), o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, destacou que há um clima de apreensão entre dos exportadores que participam do evento.
“Várias empresas estão receosas sobre fechar contratos de longo prazo devido ao momento de incerteza no Brasil, frente às instabilidades dos elementos que compõem os custos”, disse. Turra se refere ao aumento de mais de 30% no preço do milho, registrado neste início de ano. Outros fatores também impactaram essa conta, como a energia e os custos de mão de obra.
O Brasil é um tradicional fornecedor de alimentos para o Oriente Médio. Ocupa hoje a liderança mundial na produção e exportação de carne de frango halal (especifico para o mercado islâmico). Dos cinco maiores importadores do produto brasileiro, dois são da região – Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Conforme o presidente-executivo da ABPA, o mercado árabe segue aquecido para a carne de frango produzida no Brasil, com bons níveis de compras de produtos. Em janeiro, a Arábia Saudita (principal destino do setor brasileiro) importou 24% a mais que no mesmo período do ano passado, índice próximo do crescimento registrado pelos Emirados Árabes Unidos, de 20%. Percentualmente, o incremento foi ainda mais expressivo nos embarques para o Kuait, com 74% de elevação, e o Egito, com 638%.
“É fato, entretanto, que esta demanda elevada somada às altas no custo de produção tem levado a um realinhamento do preço praticado no comércio internacional”, completa Turra.