Em janeiro, IBGE prevê safra de grãos 0,6% maior que a de 2015

Publicado em 04/02/2016 08:10

A primeira estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas (algodão herbáceo, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia, centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale) totalizou 210,7 milhões de toneladas, 0,6% superior à obtida em 2015 (209,5 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida (58,5 milhões de hectares) apresentou acréscimo de 1,3% frente à área colhida em 2015 (57,7 milhões de hectares). O arroz, o milho e a soja representaram 92,7% da estimativa da produção e responderam por 86,3% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,6% na área da soja, e reduções de 0,9% na área do milho e de 5,1% na área de arroz. No que se refere à produção, houve acréscimos de 5,8% para a soja, reduções de 3,8% para o arroz e de 5,6% para o milho. 

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 88,4 milhões de toneladas; Sul, 75,2 milhões de toneladas; Sudeste, 20,2 milhões de toneladas; Nordeste, 19,6 milhões de toneladas e Norte, 7,3 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, foram constatados incrementos de 17,9% na região Nordeste e de 4,3% na região Sudeste, e reduções de 5,4% na região Norte, de 1,0% na região Sul e de 1,6% na região Centro-Oeste. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 24,0%, seguido pelo Paraná (17,8%) e Rio Grande do Sul (14,9%), que, somados, representaram 56,7 % do total nacional previsto.

Estimativa de janeiro de 2016 em relação à produção de 2015

Dentre os 26 principais produtos, 15 apresentaram variação percentual positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (33,1%), amendoim em casca 2ª safra (21,3%), aveia em grão (9,0%), batata-inglesa 1ª safra (8,0%), cacau em amêndoa (2,7%), café em grão - arábica (15,7%), café em grão - canephora (3,3%), cebola (3,7%), cevada em grão (43,9%), feijão em grão 1ª safra (18,6%), feijão em grão 2ª safra (1,8%), mamona em baga (13,9%), mandioca (4,2%), soja em grão (5,8%) e trigo em grão (13,2%). Com variação negativa foram 11 produtos: algodão herbáceo em caroço (7,2%), arroz em casca (3,8%), batata-inglesa 2ª safra (3,6%), batata-inglesa 3ª safra (21,6%), cana-de-açúcar (4,4%), feijão em grão 3ª safra (18,5%), laranja (1,7%), milho em grão 1ª safra (3,0%), milho em grão 2ª safra (7,0%), sorgo em grão (4,6%) e triticale em grão (33,8%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) - A produção brasileira de algodão em 2016 vem estimada com mais um decréscimo de área plantada, sendo reflexo dos altos custos enfrentados pelos produtores para implantarem as suas lavouras. É estimada uma retração de 2,9% no total de áreas utilizadas para o plantio de algodão no país que, somada à queda estimada de 4,5% no rendimento médio, fizeram a estimativa da produção ser reduzida em 7,2%, devendo alcançar 3,8 milhões de toneladas. O Mato Grosso estima produção de 2,3 milhões de toneladas, menor 5,4% em relação ao ano anterior. Na Bahia, a produção está estimada em 1,1 milhão de toneladas, 8,9% menor que em 2015.

ARROZ (em casca) - A primeira estimativa para a safra nacional de 2016 informa uma produção de 11.845.980 toneladas, numa área plantada de 2.036.321 hectares, menores, respectivamente, em 3,8% e 6,1%, quando comparados aos dados da safra anterior. Já o rendimento médio esperado, de 5.818 kg/ha, encontra-se 1,4% maior. A região Sul é responsável por 81,4% da estimativa da produção nacional. O Rio Grande do Sul, maior produtor, com 71,2% do total esperado, aguarda uma produção de 8.433.761 toneladas, numa área a ser colhida de 1.087.023 hectares, menores, respectivamente, em 2,8% e 3,6%, quando comparados aos dados da safra anterior. Já o rendimento médio esperado, de 7.759 kg/ha, encontra-se 0,3% maior.

CAFÉ (em grão) – Após dois anos de produção afetada pelo clima adverso nos principais estados produtores, a produção total de café deve recuperar-se e fechar 2016 em 2.979.798 toneladas, ou 49,7 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 12,6% em relação a 2015. A área a ser colhida e o rendimento médio devem aumentar 1,2% e 11,2%, respectivamente.

A expectativa com relação à produção do café arábica é de um crescimento de 15,7%, com o rendimento médio devendo aumentar 12,8%. A produção esperada alcança 2.303.316 toneladas, ou 38,4 milhões de sacas de 60 kg. Minas Gerais, maior produtor do país e responsável por 69,9% do total a ser colhido, aguarda colher uma safra de 1.609.619 toneladas, ou 26,8 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 21,4% em relação ao ano anterior. Em São Paulo e Espírito Santo, segundo e terceiro maiores produtores do país, aguardam-se crescimentos de 6,9% e 21,2% na safra de café arábica. Esses três estados representam mais de 90% da safra nacional.

Com relação ao café canephora, a produção do país deve crescer 3,3% em relação a 2015, com o rendimento médio aumentando 7,0%. A produção deve alcançar 676.482 toneladas, ou 11,3 milhões de sacas de 60 kg. No Espírito Santo, maior produtor desse tipo de café, com participação de 71,4% do total a ser produzido pelo país, o rendimento médio apresenta crescimento de 12,6% frente ao ano anterior, devendo a produção alcançar 483.341 toneladas, aumento de 7,4%.

CANA-DE-AÇÚCAR - Apesar de previsão de aumento de 1,3% no rendimento médio das lavouras, a estimativa para a produção em 2016 alcança 721,4 milhões de toneladas, queda de 4,4% frente ao ano anterior. A área plantada e a área a ser colhida apresentam redução de 11,6% e 5,6%, respectivamente. Em São Paulo, principal produtor do país e responsável por 54,1% do total nacional, a produção deve alcançar 390 milhões de toneladas, queda de 6,2% frente ao ano anterior, apesar de aumento de 2,3% no rendimento médio. A área plantada e a área a ser colhida devem cair 16,6% e 8,4%, respectivamente.

FEIJÃO (em grão) – A primeira estimativa da produção de feijão em 2016, somando-se as três safras do produto, é de 3.296.411 toneladas, aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. A primeira safra do produto, estimada em 1.591.735 toneladas, participa com 48,3% da produção total de feijão em grão. Essa estimativa de produção é 18,6% maior que a produção de 2015; a área plantada teve redução de 1,3% e o rendimento médio subiu 9,6%. Nesta avaliação, os estados com maior participação na produção foram Paraná (20,5%), Ceará (14,6%) e Minas Gerais (12,6%). Quanto ao feijão segunda safra, a estimativa de produção em janeiro é de 1.328.714 toneladas, indicando aumento de 1,8% em relação a 2015. Para o rendimento médio está prevista uma redução de 5,2% e para a área plantada um aumento de 1,3%. Esta produção representa 40,3% do total de feijão produzido no país. As maiores estimativas de produção, para esta safra, foram nos estados do Paraná (30,2%), Mato Grosso (17,2%) e Minas Gerais (12,4%). Para a terceira safra de feijão, a expectativa é de queda na produção de 18,5%, sendo avaliada em 375.962 toneladas. A estimativa da área plantada decresceu 15,1% em relação ao mesmo período de plantio em 2015.

MILHO (em grão) – A produção nacional de milho segue tendência de queda e apresenta percentual de menos 5,6% em comparação com o ano anterior. São três os itens de maior impacto para esta redução, sendo eles: as dificuldades de plantio do milho primeira safra devido às adversidades climáticas; a forte concorrência da soja que avança sobre área de milho primeira safra e o possível plantio do milho segunda safra fora da janela ideal, que pode reduzir o rendimento médio. Espera-se que na safra 2016 sejam produzidos 80,9 milhões de toneladas de milho, somando as duas safras do produto.

Para a primeira safra, espera-se colheita de 28,6 milhões de toneladas do milho em grão, redução de 3,0% em comparação ao ano anterior. Os três principais produtores de milho primeira safra reduziram suas estimativas de produção. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná estimam produção de 5,1 milhões de toneladas (-5,6%), 4,8 milhões de toneladas (-14,6%) e 3,7 milhões de toneladas (-21,3%), respectivamente.

Para a segunda safra, a expectativa é que o rendimento médio nacional decaía 7,5% e fique em 5.319 kg/hectare, equivalentes a 88,7 sacas por hectare. Assim, a produção foi conduzida para baixo e é estimada em 52,3 milhões de toneladas, 7,0% a menos que em 2015. Para o Mato Grosso, a expectativa de produção é de 19,1 milhões de toneladas, 10,1% a menos que a super segunda safra obtida em 2015. No Paraná, a produção é estimada em 10,4 milhões de toneladas, 8,0% menor que o ano anterior. Já em Goiás a produção está estimada em 7,8 milhões de toneladas, alta de 1,9%.

SOJA (em grão) - A colheita da soja já se inicia pelo país e é neste momento que poderão ser mensuradas com mais exatidão, as adversidades climáticas causadas pelo El niño. Até o presente momento, a soma das informações colhidas pelo IBGE junto às unidades estaduais é de produção de 102,7 milhões de toneladas, valor 5,8% superior ao averiguado em 2015.

Estima-se que a área plantada em Goiás seja de 3,3 milhões de hectares, 1,7% inferior ao encontrado em 2015, porém, com rendimento médio de 3.004 kg/hectare, alta de 15,7% em comparação ao ano anterior. A produção total é estimada em 9,8 milhões de toneladas.

Piauí estima produção de 1,8 milhão de toneladas, alta de 2,2%. Bahia espera produção de 4,7 milhões de toneladas, alta de 4,6% em comparação ao ano anterior. Tocantins estima produção de 2,3 milhões de toneladas, queda de 4,5% e Rondônia estima produção de 730,1 mil toneladas, redução de 2,4%.

No Mato Grosso, a produção está estimada em 28,5 milhões de toneladas, alta de 2,5%. No Paraná, espera-se produção de 18,3 milhões de toneladas, com alta de 6,7%. No Rio Grande do Sul, a estimativa de produção é de 16,2 milhões de toneladas, registrando alta de 3,4%.

Os levantamentos de Cereais, leguminosas e oleaginosas foram realizados em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra das principais lavouras brasileiras, iniciado em outubro de 2007.

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Fonte: IBGE

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