Após 10 anos de negociações, China libera a importação de grãos russos
Depois de uma década de negociações, a China liberou a importação de trigo, milho, arroz, soja e colza da Sibéria e regiões orientais russas. A entrada dos produtos era proibida desde os anos 1990, quando o governo chinês apertou o controle contra diversos países, incluindo a Rússia, diante da possibilidade de importar grãos contaminados.
“Começamos as negociações com a China ainda em 2006. Podemos afirmar que essa permissão é um grande avanço no comércio bilateral”, diz o chefe do Rosselkhoznadzor (Serviço de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia), Serguêi Dankvert.
O trigo de alta qualidade que começará a ser enviado à China irá, por exemplo, não só beneficiar a produção de confeitaria e pão branco no país oriental, como estimular a produção nas regiões siberianas, que hoje não exportam para o Ocidente devido às altas tarifas ferroviárias.
“As regiões orientais da Rússia poderão aumentar o volume de produção de grãos, e os rendimentos dos agricultores vão crescer”, prevê a diretora do Centro de Política Agrícola da Academia Presidencial de Economia Nacional e de Administração Pública da Rússia, Natália Chagaida.
De acordo com dados consolidados de 2014, o país ocupou o sexto lugar na lista dos maiores exportadores mundiais de grãos, perdendo apenas para EUA, Índia, França, Canadá e Austrália. Já nos 11 primeiros meses de 2015, foram exportados 35,15 bilhões de toneladas de grãos russos.
De grão em grão
Atualmente, os principais compradores de grãos russos são Turquia, Egito, Irã e Arábia Saudita.
“É provável que a Rússia suspenda essas exportações para a Turquia. Por isso, os agricultores precisam encontrar novos mercados o mais rápido possível”, alerta Tamara Kassiánova, da empresa de auditoria 2K.
No entanto, segundo a especialista, a probabilidade de a China vir a substituir integralmente os fornecimentos à Turquia é pequena.
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