Trigo: Dólar favorece vendedor, mas preocupa comprador
O dólar elevado tem preocupado compradores nacionais de trigo e favorecido vendedores. Segundo pesquisadores do Cepea, a dependência de importação ainda é grande e, atualmente, ocorre a custos elevados. Além disso, chuvas intensas e geadas no Rio Grande do Sul podem prejudicar a produtividade e qualidade do cereal, o que também tende a elevar as cotações internas do trigo de boa qualidade. Em agosto, as importações de trigo já foram 40,6% menores que as de julho, limitando-se a 327,4 mil toneladas – o menor volume para o mês de toda a série da Secex, iniciada em 1996. Em relação a agosto/14, a diminuição foi ainda maior, de 53,3%.
Na parcial dos oito primeiros meses do ano, o volume importado soma 3,35 milhões de toneladas, o menor para o período em 11 anos. Segundo colaboradores do Cepea, com o encarecimento da importação, moinhos de São Paulo passam a focar o produto brasileiro, especialmente do Paraná, que já está em fase de colheita. Já agentes de moinhos do Nordeste dizem que, a princípio, não tem intenção de adquirir trigo no Sul do País, devido ao frete e aos custos envolvidos nas transações internas, ou seja, mesmo com o dólar elevado, estes indicam que ainda compensa importar, tanto da Argentina quanto dos Estados Unidos e Canadá.