Estimativa da safra de grãos dos EUA deve ser reduzida, avalia INTL FCStone

Publicado em 03/09/2015 17:02
Segundo consultoria, o clima é um dos fatores que pode levar o USDA a reduzir sua estimativa de produtividade

Os últimos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sinalizaram um caminho oposto do que acreditava o mercado. A produtividade estimada para a safra 2015/16 dos EUA em 168,8 bu/acre de milho e 46,9 bu/acre no caso da soja estão em níveis elevados, se comparados aos números apostados mesmo período do ano anterior (167,4 bu/acre e 45,4 bu/acre, respectivamente), momento em que ambas culturas apresentavam condições mais favoráveis das lavouras.

Para avaliar as diferenças entre as produtividades do milho e da soja divulgadas em agosto e em janeiro pelo USDA, a consultoria INTL FCStone lançou um estudo que analisa as estimativas de safra desde 2000. Para o milho, a analista Ana Luiza Lodi destaca que não há um padrão pré-definido nos números do Departamento. “Há anos em que a produtividade termina em um nível mais elevado que o estimado no relatório de agosto, como nas duas últimas safras, e há anos em que esse número acaba sendo revisado para baixo”, observa.

Produtividade da safra de milho (agosto e final)

Fonte: USDA

Em 2014 os milharais configuravam percentual bom/ excelente das lavouras em 72%, enquanto neste ano o alcançado está em 3 pontos percentuais abaixo. Para a soja, embora menos expressiva, uma queda também foi verificada: de 64% de lavouras em condições boas/ excelentes para 63% no atual ciclo. Esses fatores, que poderiam indicar uma previsão menos robusta, acabaram não sendo suficientes para configurar uma safra menor, segundo indicou o USDA.

Essa expectativa de redução da estimativa, por parte do mercado, vinha de uma percepção de que as chuvas registradas nas regiões produtoras durante a segunda quinzena de junho trariam um impacto negativo sobre as lavouras de milho e de soja, cujo plantio acabou ocorrendo fora da janela ideal.

“Como o poder de recuperação da soja é bem elevado e nesta fase a umidade é crucial para o potencial produtivo, há quem acredite que o número final de produtividade possa realmente chegar próximo ao estimado pelo USDA”, pondera a analista de soja da INTL FCStone, Natalia Orlovicin. Ainda assim, a especialista conclui que há maior possibilidade de uma redução até o relatório final de janeiro.

Entre as variáveis que poderiam levar o Departamento a reduzir sua estimativa de soja seria o clima mais seco no final de julho e início de agosto, especialmente no noroeste do cinturão, que pode ter prejudicado a produtividade, uma vez que boa parte das lavouras estavam em fase de enchimento de grão, quando a umidade é essencial. No caso do milho, o estresse hídrico em algumas regiões (de Ohio e Indiana) em julho e início de agosto também poderia reduzir o potencial produtivo.

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Fonte: INTL FCStone

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