Cautela de produtores gaúchos ajuda a explicar previsão de queda na próxima safra de grãos
O pé no freio dos produtores antes de investir em insumos e compra de equipamentos deverá refletir no rendimento da próxima safra de grãos, conforme estimativa divulgada neste segunda-feira pela Emater, no parque Assis Brasil, em Esteio. Pela previsão da entidade, o Rio Grande do Sul deverá colher 27,95 milhões de toneladas – volume 7% menor do que a safra recorde colhida neste ano.
A estimativa é de redução até mesmo na safra de soja, que nos últimos três anos bateu sucessivos recordes de produção. Mesmo com uma área 3,14% maior, chegando ao recorde de 5,4 milhões de hectares, o volume a ser colhido deverá ficar um pouco abaixo do histórico deste ano.
– Os produtores devem investir somente o que for extremamente necessário para não comprometer o rendimento das lavouras – disse o presidente da Emater, Clair Kuhn.
Ele pondera, no entanto, que a projeção é de uma safra boa, beneficiada especialmente pelas condições climáticas trazidas pelo fenômeno El Niño nos meses de verão.
O receio dos agricultores vem do aumento nos custos de produção verificados neste ano. A restrição de crédito agrícola pelos bancos também é um agravante. Somente em energia elétrica para irrigar a lavoura de arroz, o produtor rural Luiz Carlos Machado, 53 anos, está pagando uma conta 70% mais cara do que em 2014. Nos fertilizantes, a maioria cotados em dólar, a alta foi superior a 30%.
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