Balança comercial do arroz vem obtendo saldo positivo no ano safra
Segundo o vice-presidente de Mercado, Política Agrícola e Armazenagem da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Daire Coutinho, isto dá uma média mensal 80% superior ao ano passado, o que projetaria, mantida a média até agora obtida, em um saldo superior a 670 mil toneladas, o que é considerado um número histórico.
O dirigente lembra que outro fator importante é o volume de importações do mês de junho, o menor dos últimos quatro anos e praticamente um terço das importações de junho de 2014, o que confirma uma tendência em 2015, onde de março a junho as importações são praticamente 50% inferiores aquelas do ano passado. "Esses resultados animam a Federarroz a seguir perseguindo os caminhos para exportação do arroz gaúcho", salienta.
Coutinho observa que já existe uma reação no mercado do arroz com a virada para o segundo semestre e a entrada dos novos custeios para a safra. Com isso, os produtores estão retendo o produto e retirando a oferta em massa que estava derrubando as cotações. "Os números estão demonstrando que o mercado está voltando ao normal. A falta de recursos nos atrapalhou no primeiro semestre, mas agora com o retorno dos custeios, a oferta volta a recuar para um patamar suportável para o mercado", ressalta.
Outro fator que vem sendo observado pelos arrozeiros gaúchos é a quebra de safra na Ásia, especialmente na Tailândia, onde já se estima uma redução de 14% na colheita e os estoques excedentes, uma parcela superior a um milhão de toneladas, serão leiloados para outros fins, como ração animal e etanol. O país sofre com os efeitos do El Niño, que na região provocam a seca. Com isso, a perspectiva é de que o Brasil deverá ampliar espaços no mercado internacional.