Enquanto soja vive momento próspero, trigo preocupa no PR

Publicado em 29/10/2013 16:25
Aumento de produtividade média por hectare é percebido ano a ano e Paraná tem tudo para bater recordes

A Agência Estadual de Notícias publicou nos últimos dias: “A pesquisa de campo feita em setembro pelos técnicos do Deral (Departamento de Economia Rural) revelou ligeiro aumento na intenção de plantio da soja, grão que vai ocupar a maior parte da área agricultável no Paraná nesse período do ano”. O plantio da cultura teve um aumento de 4% com relação à safra anterior, devendo chegar a 4,87 milhões de hectares. Um dos fatores que pode justificar essa efervescência no plantio do grão é o valor de mercado, que embora menor do que o da safra passada, ainda está alto. Agora, se a soja anima os produtores a ponto de Cascavel e Região já ter 90% do plantio concluído, as grandes quebras na produção do trigo assustam o setor e podem comprometer o abastecimento.

De acordo com o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, no segundo semestre de 2012 a soja teve uma média de preço de R$69, hoje chega a R$65,50 a saca. “Ano passado tivemos dois fatores climáticos que favoreceram o valor de mercado da soja, uma quebra de safra na América do Sul e um problema climático na América do Norte. Neste ano, mesmo com pouca quebra de safra nos Estados Unidos, nós colhemos uma grande safra na América do Sul, incluindo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela e Bolívia”. Segundo ele, ainda que o valor esteja 5% menor do que no ano passado, este é um bom momento para a cultura se o valor de mercado for comparado ao custo da produção, o que deixa uma boa margem de lucro para o produtor. Já para o ano passado a tendência é que o valor da soja fique na média dos R$55, mas isso também vai depender de circunstâncias climáticas e da produção mundial.

Conforme Dilvo, até mesmo o preço sinalizado para o próximo ano é positivo, levando em consideração que todo o ano existe um aumento na produtividade pelo fato de serem utilizados insumos e terras em melhores condições. E se o assunto é produzir mais utilizando o mesmo espaço, o Paraná tem mais motivos para comemorar do que qualquer outro estado do país. Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), nos próximos 50 anos o mundo vai precisar de 100% a mais de alimentos entre grãos e carnes. Deste total, 70% virá pelo aumento de produtividade nas áreas já cultivadas hoje. Isso vai ser possível pelo uso de novas tecnologias, melhores manejos e melhor uso das nossas terras sem deteriorar o meio ambiente. “O Paraná é o estado que mais será beneficiado nos próximos anos, justamente porque temos uma boa qualidade de terra, temos um bom clima. Nossas terras têm qualidade tão boa que aceitam bem as novas tecnologias, respondendo melhor do que as terras do Centro-oeste”, disse.

Preocupação
Já o trigo não traz notícias tão promissoras. O diretor-executivo da Apasem (Associação Paranaense dos Produtores de Sementes), Eugênio Bohatch, explicou que as geadas do final de julho destruíram muitas lavouras de trigo trazendo perdas substanciais. “Tivemos áreas com 80% de perda, a média estadual chegou a 57% de perda”, disse Eugênio. Segundo ele, esta quebra trouxe uma grande preocupação para o setor. “Para o ano que vem, estamos com uma preocupação no que diz respeito ao abastecimento de sementes, justamente por estas perdas significativas nas regiões Leste, Oeste e parte do Sudoeste do Paraná”, relatou.

Por este motivo a Apasem solicitou ao Ministério da Agricultura autorização para inscrição de campos de produção de sementes que não tenham sido atingidos, para que estas áreas possam ser aproveitadas, desde que sejam lavouras originárias de sementes legais. “Pedimos a inscrição de emergência no dia 16 de agosto, mas até agora não recebemos uma posição. Isso é preocupante para o abastecimento de trigo para aproxima safra”, relatou.

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Fonte: CGN.com

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