Preços de arroz em casca mantém estabilidade no RS e mercado segue travado
O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul viveu mais uma semana de negociações muito travadas, preços referenciais estáveis, a indústria tentando forçar uma leve baixa nas cotações de compra e o produtor resistindo a essa manobra e demonstrando pouco interesse em vender o cereal em seu poder, a menos que seja fundamental para fazer frente a compromissos de estabelecimento da lavoura ou pagamento de dívidas. Os preços médios do arroz ao produtor no mercado livre se mantêm entre R$ 32,50 e R$ 33,50 na maioria das praças.
Já o indicador de preços do arroz em casca ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias -BM&FBovespa, fechou na quinta-feira (24-10) acumulando queda de 0,85% em outubro, com a saca de 50 quilos (58x10) cotada em R$ 33,65. Pela cotação do dia, equivale a US$ 15,27. Ao longo da semana o preço médio chegou a cair até R$ 33,60, acumulando desvalorização de 1% no mês, por causa do impacto inicial do boato de que a Conab realizaria um leilão ofertando 200 mil toneladas de arroz em casca nos próximos dias. Na verdade, o governo federal apenas publicou as normas dos leilões aprovados para 2013, dois dos quais já aconteceram, negociando 77 mil toneladas das 101 mil ofertadas. Um novo leilão só ocorrerá se o preço do produto em casca subir acima de R$ 33,28 pelos parâmetros da Conab, ou R$ 34,50 pelos da ESALQ.
A boa notícia da semana diz respeito ao trabalho desenvolvido pelas entidades privadas e o governo federal, que conseguiram que o Iraque abrisse credenciamento do arroz brasileiro para participação nos seus editais de compra do cereal. Atualmente, os grandes fornecedores do país árabe são Índia, Estados Unidos, Uruguai e Argentina. Este país adquire cerca de 1 milhão de toneladas de arroz, base casca, por ano, no mercado internacional. Para exportar àquele mercado, o Brasil precisará adequar sua estrutura para também ofertar arroz ensacado, conforme especificações das compras iraquianas. Agentes de mercado internacional informam que há potencial para o Brasil, em alguns anos, alcançar um volume de até 300 mil toneladas, em média, por ano, para este destino.
Outra novidade foi a divulgação de que Rio Ibicuí, cercado por aproximadamente 220 mil hectares de arroz tem a melhor qualidade de água entre os rios gaúchos, só superado por indicadores de nascentes. Os dados oficiais, de uma consultoria contratada pelo governo gaúcho, mensurados em levantamento criterioso e por métodos científicos reconhecidos internacionalmente, são um tapa na cara de quem costuma utilizar as lavouras de arroz como bode expiatório da poluição dos rios. Indicadores do Irga já demonstravam que a água reservada nas lavouras volta ao rio em melhores qualidades do que é captada.
MERCADO
A Corretora Mercado, de Porto Alegre, manteve seus preços médios referenciais em R$ 33,50 para a saca de arroz de 50 quilos no Rio Grande do Sul. O saco de 60 quilos de arroz beneficiado alcança R$ 67,00, enquanto os quebrados como canjicão e quirera, em sacos de 60 quilos (FOB), se mantiveram em R$ 38,50 e R$ 34,00 respectivamente. A tonelada de farelo de arroz (FOB/Arroio do Meio) manteve-se em R$ 380,00.