Preços mundiais do arroz mais firmes dentro de um mercado ainda volátil
Publicado em 14/05/2012 07:27
Em 2012, os intercâmbios podem cair 2,6% para 34,3Mt devido a uma redução da demanda de importação asiática.
Em abril, os preços mundiais se mantiveram firmes, mas o mercado ainda registra certa volatilidade e não chega a fornecer uma tendência clara para os próximos meses. As perspectivas na Ásia, todavia, indicam condições climáticas normais em 2012, permitindo assim melhorar novamente a produção arrozeira na maioria dos países produtores.
Portanto, a oferta de exportação deve manter-se abundante, ainda que a demanda de importação caia em relação ao nível recorde de 2011. Nos demais países do mundo, a oferta de exportação deve ser significativa também, apesar das previsões de produção em queda, sobretudo nos Estados Unidos e nos países do Mercosul. Isto contribuirá, junto com os exportadores asiáticos, a cobrir amplamente as necessidades globais.
Em abril, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu 2,3 pontos para 243,0 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 240,7 pontos em março. No início de maio, o índice IPO marcava em torno de 246 pontos.
Produção e comércio mundiais
Segundo a FAO, a produção mundial em 2011 alcançou 720 milhões de toneladas (480,1Mt base arroz branco) contra 702Mt de arroz em casca em 2010, um aumento de 2,6%. As colheitas cresceram graças a boas condições climáticas e a uma extensão das áreas de cultivo, que alcançaram cerca de 164 milhões de hectares. Este aumento se concentra nos principais países produtores asiáticos, especialmente China, Índia e Indonésia, os quais totalizam quase dois terços da produção mundial.
Em 2011, o comércio mundial deu um salto de 11,5% para alcançar um volume recorde de 35,2Mt contra 31,5Mt em 2010. Em 2012, os intercâmbios podem cair 2,6% para 34,3Mt devido a uma redução da demanda de importação asiática. As disponibilidades exportáveis dos principais exportadores continuam sendo amplamente suficientes para atender a demanda mundial.
Os estoques mundiais de arroz no final de 2011 alcançaram 141Mt contra 134,4Mt em 2010. Em 2012, as projeções mundiais indicam um novo incremento significativo de 8,4% para chegar a um nível recorde de 152,8Mt. Estas reservas representam 32% das necessidades mundiais.
Mercado de exportação
Na Tailândia, os preços aumentaram 1%, apesar de as reservasinternas terem sido novamente aumentadas, podendo alcançar 10Mt no final de 2012. A política interna de preços revalorizados continua impactando o mercado externo. Há uma brecha entre os preços tailandeses e os preços de seus principais concorrentes.
Isto penaliza o mercado de exportação, que acusa um atraso acumulado de 50% em relação às vendas da mesma época de 2011. No total, as exportações tailandesas podem chegar a apenas 6,5Mt, queda de 40% em comparação ao ano passado. Em abril, o Tai 100%B foi cotado a US$ 569/t Fob contra $ 561 em março. O Tai Parbolizado subiu para $ 600/t contra $ 590/t anteriormente.
Por sua vez, o quebrado A1 Super se manteve estável a $ 531/t contra $ 529/t em março. No início de maio, os preços tailandeses se mantinham firmes.
No Vietnã, os preços tiveram uma alta de 3%, mas se mantêm competitivos frente à Tailândia, o que atrai os importadores asiáticos. O mercado externo está bastante ativo e as previsões
para 2012 indicam um volume de exportação que poderia ultrapassar as 7Mt, liderando assim o mercado mundial pela primeira vez de sua história. Em abril, o Viet 5% marcou $ 437/t
contra $ 424 em março. O Viet 25% subiu levemente para $ 382/t contra $ 378 em março. Estes preços continuam sendo os mais baixos do mercado.
No Paquistão, os preços parecem marcar uma pausa depois de uma série de altas observada desde o início de 2012. Com uma oferta mundial mais abundante, os exportadores paquistaneses devem alinhar seus preços, sobretudo frente à Índia, para se manterem entre os líderes do mercado. O Pak 25% foi cotado a $ 409/t contra $ 414/t em março.
Na Índia, as disponibilidades exportáveis são abundantes graças a uma produção recorde. Os exportadores da Índia atuam como reguladores do mercado frente a qualquer tentativa de seus competidores de querer elevar seus preços de exportação. Na atualidade recente, a Índia parece marcar um grande retorno ao mercado africano, com contratos de 300.000 t de arroz nãoaromático, base beneficiado. Para 2012, as previsões de exportação foram aumentadas para 7Mt, equivalentes às exportações vietnamitas, e a frente da Tailândia. Em abril, o arroz indiano 25% se manteve estável a $ 380/t.
Nos Estados Unidos, os preços se mantiveram firmes devido a uma perspectiva de produção declinante. O plantio já começou, e pode ser menor em função da maior rentabilidade das culturas oleaginosas. Em abril, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi de $ 507/t contra $ 505 em março. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros também indicavam alta.
No Mercosul, os preços de exportação subiram levemente 1%. A colheita 2012 está praticamente terminada e as previsões de uma menor produção, devido às más condições climáticas nas principais regiões arrozeiras, estão se confirmando. O Brasil, onde as exportações deram um salto de 150% em 2011, deve ver suas vendas declinar neste ano. Além disso, é possível que este tenha que importar até 700.000 t, base arroz beneficiado, principalmente da Argentina e do Uruguai.
Na África subsahariana, as condições climáticas e a situação política no Sahel levantam incertezas sobre as colheitas de cereais em 2012. Existem altos riscos de uma nova crise alimentar nesta região. Consequentemente, a demanda de importação pode aumentar novamente e alcançar cerca de 10Mt, ou seja, um terço das importações mundiais.
Fonte:
Planeta Arroz