Após salto, consumo de frango no país deve crescer menos em 2011

Publicado em 13/01/2011 15:01
O consumo de frango no Brasil, que aumentou mais de 15 por cento em 2010, deverá reduzir o ritmo de crescimento em 2011, avaliaram nesta quinta-feira executivos da Ubabef (União Brasileira de Avicultura).

No ano passado, por conta da melhora da renda da população e de outros consumidores que reduziram compras da cara carne bovina, optando pelo frango, o consumo no Brasil passou para 44 kg por habitante, ante 38 kg em 2009.

"Deve crescer menos (em 2011), 2010 foi um ano atípico", disse Ariel Mendes, diretor de Produção da Ubabef.

"Em 2010 houve um aumento da renda da população das classes D e E", afirmou ele, lembrando também que o frango ganhou espaço da carne bovina, cujos preços deram um salto em meio à escassez de bois prontos para abate no país.

Mas, de acordo com Mendes, a expectativa é de que o crescimento no consumo de frango continue, mesmo que a elasticidade na demanda não seja tão grande pelo fato de o produto já ser a carne mais consumida no Brasil.

"Vai aumentar (o consumo) em cortes e produtos processados, e é uma carne que tem uma imagem saudável, de ser uma carne com menos gordura...", disse ele.

Em relação à média global de consumo, de 13,5 kg per capita ao ano, o do Brasil é considerado elevado, mesmo o país consumindo bons volumes de outras carnes. Em países árabes, o consumo de carne de frango chega a atingir 70 kg por habitante/ano, segundo a Ubabef.

PRODUÇÃO

Com o crescimento no consumo no ano passado, a produção de carne de frango aumentou para 12,23 milhões de toneladas, alta de 11,3 por cento ante 2009, o que deixou o Brasil como o terceiro maior produtor mundial, ligeiramente atrás da China (12,55 milhões de toneladas) e dos Estados Unidos (16,64 milhões de toneladas), conforme dados apresentados pela Ubabef. 

Em 2011, para fazer frente ao consumo e também às exportações crescentes , a produção deverá aumentar cerca de 5 por cento, no ritmo das vendas externas, segundo a Ubabef.

COMPARTIMENTOS

O diretor de Produção da entidade revelou durante a entrevista a jornalistas que técnicos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) iniciam na segunda-feira uma visita ao Brasil para conhecer um projeto de "compartimentação" das empresas, para o caso de o Brasil vir a registrar casos de gripe aviária e não ficar sujeito a embargos dos importadores.

Na hipótese de a doença surgir no país, com a "compartimentação", somente determinada empresa, da região afetada, teria suas vendas suspensas.

É um projeto "pensando no isolamento, já tendo em mente a prevenção", disse Mendes.

O projeto-piloto começará por unidades produtoras de São José do Rio Preto (SP), Lucas do Rio Verde (MT), Rio Verde (GO) e Itapiranga (SC).

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Newcastle: ABPA acredita em rápido reestabelecimento das exportações de carne de frango após informe sobre erradicação de foco
Frango vivo no Paraná sobe 2,26% nesta sexta-feira (26)
Estabilidade domina o mercado de suínos nesta sexta-feira (26)
Mapa notifica à OMSA fim do foco da doença de Newcastle
JBS abrirá fábrica na Arábia Saudita em novembro, quadruplicando capacidade no país
MAPA comunica autoridade internacional sobre erradicação de foco da Doença de Newcastle em Anta Gorda (RS)