Contrariando expectativas, preço do leite cai
De acordo com o coordenador do setor de pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), o veterinário Carlos Augusto Zanata, para a viabilidade da produção de leite na seca, período em que os pastos estão ressecados e maduros, é necessário a suplementação das vacas com ração, como forma de concentrado e silagem. Essas tecnologias envolvem custos altos para o produtor, não sendo então empregadas por todos. O que se reflete na quantidade de leite produzido, que de um modo geral tende a cair. Com isso, a tendência dos preços do leite pago ao produtor é de aumento. O coordenador explica ainda que pelo menos dois fatores contribuíram para o recuo dos preços, sendo um deles o aumento da importação de leite em pó de países do Mercosul, como Argentina, Chile e Uruguai. Para tentar reverter esse quadro, a CNA está atuando junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no sentido de controlar a importação de leite em pó.
Outro fator que chama atenção e pode influenciar a redução nos preços pagos ao produtor é a queda no consumo do leite longa vida, que representa 75% do mercado de leite fluído do país. Para estimular a compra, a indústria foi obrigada a baixar o preço de venda no varejo, prejudicando os produtores, que no início do ano tinham uma perspectiva otimista em relação à produção do leite. "É na entressafra que o produtor consegue recuperar o capital e se preparar para manter a produção no período de chuvas (safra), quando historicamente os preços são mais baixos", destaca Zanata.