Suinocultura independente: preços seguem 'estacionados', com oferta de animais ainda enxuta

Publicado em 03/10/2024 16:11

Nesta quinta-feira (3) as principais Bolsas de Suínos que comercializam os animais no mercado independente registraram mais um período de estabilidade nos preços. As lideranças do setor apontam para um cenário de continuidade de oferta restrita de animais prontos para abate, mas de dificuldade para puxar os preços mais para cima de forma substancial.

Em São Paulo, o preço ficou estável pela sétima semana consecutiva em R$ 9,07/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). 

"Os fundamentos são de um mercado que continua com uma oferta de suínos vivos bastante razoável e os frigoríficos em sua reunião semanal estão propondo novos preços para a carcaça. Isso significa que o produtor de suínos está perdendo com esta estabilidade nos preços. A reclamação é em função do aumento no custo. Como parâmetro, há 45 dias, o animal vivo custava R$ 170,00 a arroba e o milho, R$ 58,00 a saca, uma relação de troca que significava que uma arroba suína comprava 2,93 sacas de milho. Hoje, o suíno a R$ 170,00 e o milho a R$ 70,00 a saca, a relação de troca cai para uma arroba suína podendo comprar 2,43 sacas de milho. Portanto, o suinocultor, a cada arroba suína vendida, ele perde meia saca de milho. No atacado e no varejo, o mercado espera uma condição de melhora pela demanda por carne suína, já que o mercado de boi gordo segue muito firme. Quando atingimos o preço de R$ 170,00 a arroba suína, o preço da arroba bovina era de R$ 240,00, e agora, é de R$ 280,00. Se fizermos este comparativo, o preço do suíno era 70% do preço do boi, e agora é de 58%, considerando uma especulação para semana que vem para a arroba bovina de R$ 290,00", disse o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira.

No mercado mineiro, o preço ficou estável pela oitava semana consecutiva, valendo R$ 9,00/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

"O ciclo dessa alta já soma 18 semanas. No atual teto são 8 semanas. Poucas vezes tivemos tal cenário. A causa é repetitiva: soma das demandas interna e externa combinada com oferta enxuta. Preço sempre é consequência dos eventos de mercado", disse o consultor de mercado da Associação, Alvimar Jalles.

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve pequena alta, passando de R$ 8,57/kg vivo para R$ 8,59/kg vivo.

"O mercado melhorando, com uma procura muito grande de suínos, com escassez de animais disponíveis. Entretanto, há uma dificuldade de puxar um pouco mais os preços, e esperávamos que esta semana houvesse um aumento mais considerável no preço pago ao produtor. Precisamos que o mercado continue firme, com estabilidade no preço dos grãos para que a gente consiga superar o que foi corroído pela crise", destacou o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi.

No estado do Paraná, entre os dias entre os dias entre os dias 26/09/2024 a 02/10/2024, o indicador do preço do quilo do suíno vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,61%, fechando a semana em R$ 8,26/kg vivo.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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