OMS considera "baixo" o risco de transmissão de influenza aviária de pessoa para pessoa
Um documento emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) detalha que "o risco geral para a saúde pública dos vírus influenza atualmente conhecidos na interface humano-animal não mudou, e a probabilidade de transmissão de humano para humano destes vírus permanece baixa".
A Organização cita o caso de uma menina de 9 anos do Equador que começou a ter sintomas, como coriza, em 25 de dezembro de 2022, e cujo diagnóstico posterior, em janeiro, foi de influenza A (H5), após piora nos sintomas.
Um dos fatores que colocaram autoridades médicas equatorianas, segundo a OMS, em alerta para a possibilidade de contaminação pelo vírus da influenza aviária foi o fato de que, pouco antes do Natal de 2022, a família da garota havia adquirido um pássaro que morreu dias depois sem causa aparente. "Além disso, as investigações epidemiológicas revelaram que vários casos de mortes aves domésticas (galinhas e patos) foram relatadas na mesma comunidade onde o família residia. Vírus da gripe A (H5N1) foram detectados em aves domésticas no Equador desde surtos em aves comerciais começou em novembro de 2022", complementa o informativo.
Vale lembrar também do caso de uma menina de 11 anos do Camboja que fraleceu no último dia 22, com diagnístico de contaminação pelo víris H5N1, detectado após ter apresentado sintomas de febre alta e tosse. Outras 12 pessoas que tiveram contato com a paciente, conforme explica a OMS, foram testadas, e o pai da menina teve resultado positivo para influenza aviária mas, mesmo sem apresentar sintomas, foi internado. As demais pessoas que realizaram o teste receberam resultado negativo. A OMS confirmou as informações sobre o caso no Camboja e segue investigando como o as contaminações ocorreram.
"Embora pequenos grupos de infecções por vírus A(H5) tenham sido relatados anteriormente, incluindo aqueles envolvendo profissionais de saúde, as evidências epidemiológicas e virológicas atuais sugerem que vírus influenza A(H5) não adquiriram a capacidade de transmissão sustentada entre humanos, portanto a probabilidade é baixa", afirma o reporte da Organização.
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Recomendações gerais de gerenciamento de riscos:
• A OMS não aconselha a triagem de viajantes especiais nos pontos de entrada ou restrições com relação a a situação atual dos vírus influenza na interface homem-animal. Para recomendações sobre comércio seguro de animais e produtos relacionados de países afetados por esses vírus influenza, consulte para orientação o site da OMS.
• Dada a extensão observada e frequência de casos de gripe aviária em aves selvagens, a OMS aconselha o público para evitar o contato com aves doentes ou mortas, incluindo aves selvagens, e relatar aves selvagens mortas ou solicite sua remoção entrando em contato com a fauna local ou com as autoridades veterinárias.
• Os vírus da influenza suína circulam em populações suínas em muitas regiões do mundo. Dependendo localização geográfica, as características genéticas desses vírus diferem. A maioria dos casos humanos são expostos ao vírus da gripe suína através do contato com animais infectados ou contaminados ambientes. A infecção humana tende a resultar em doença clínica leve na maioria dos casos. Uma vez que estes vírus continuam a ser detectados em populações suínas, mais casos humanos podem ser esperados.
• A OMS aconselha que os viajantes para países com surtos conhecidos de gripe animal devem evitar fazendas, contato com animais em mercados de animais vivos, entrada em áreas onde os animais podem ser abatidos, ou contato com quaisquer superfícies que pareçam estar contaminadas com excrementos animais. Os viajantes também devem lavar as mãos frequentemente com água e sabão. Todos os indivíduos devem seguir boas práticas de higiene e segurança alimentar.
• Devido à natureza em constante evolução dos vírus influenza, a OMS continua a enfatizar a importância da vigilância global para detectar alterações virológicas, epidemiológicas e clínicas associados aos vírus influenza circulantes que podem afetar a saúde humana (ou animal). É necessária vigilância contínua nas áreas afetadas e vizinhas para detectar infecções em animais e humanos. A colaboração entre os setores de saúde animal e humana é essencial. Como a extensão da circulação do vírus influenza em animais não é clara, estudos epidemiológicos e virológicos a vigilância e o acompanhamento de casos humanos suspeitos devem continuar sistematicamente. Orientação sobre investigação de influenza não sazonal e outras doenças respiratórias agudas emergentes doenças foi publicado no site da OMS aqui: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-WHE-IHM-GIP-2018.2.
• Na atual pandemia de COVID-19, a vigilância para o surgimento de novos vírus influenza de potencial pandêmico deve ser mantido. A OMS desenvolveu orientações práticas para vigilância no contexto da cocirculação dos vírus SARS-CoV-2 e influenza. O a orientação está disponível aqui: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-2019-nCoVIntegrated_sentinel_surveillance-2022.1
• Todas as infecções humanas causadas por um novo subtipo de vírus influenza são notificáveis sob o
Regulamento Sanitário Internacional. Os Estados Partes do RSI (2005) são obrigados a notifique imediatamente a OMS sobre qualquer confirmado por laboratório caso de uma infecção humana recente causada por um vírus influenza A com potencial para causar uma pandemia. Não é necessária comprovação de doença para este relatório.
• É fundamental que esses vírus influenza de animais ou de pessoas sejam totalmente caracterizados em
laboratórios apropriados de referência para influenza em saúde animal ou humana.