Dias após a confirmação de gripe aviária nas Américas do Sul e Central, MAPA se posiciona sobre reforço em biosseguridade

Publicado em 04/11/2022 15:15
Na Colômbia, as aves faziam parte de propriedades que as criavam como forma de subsistência, sendo que 175 foram abatidas; no México, uma granja abateu mais de 60 mil aves como forma de controle sanitário

Dias após dois casos confirmados de influenza aviária na Colômbia e um no México terem sido confirmados, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) se pronunciou a respeito das medidas de biossegurança que vêm sendo reforçadas no Brasil. 

Contextualizando, o Notícias Agrícolas informou na última sexta-feira (28 de outubro) o relato divulgado pelo Instituto Agropecuário Colombiano (ICA) que confirmou que no dia 19 de outubro foi detectada a presença de dois focos de Influenza Aviária Altamente Patogênica (H5N1) no município de Acandí, no departamento de Chocolate. No domingo, dia 30 de outubro, a agência internacional de notícias Reuters detalhou outro foco da doença com a mesma cepa no México, nas proximidades com a fronteira com o Texas (EUA).

Segundo a nota enviada pelo MAPA, o Departamento de Saúde Animal (DSA) revisou ainda em julho deste ano as "orientações para a vigilância e para a notificação de suspeitas de IA e publicou um novo plano de vigilância para influenza aviária e doença de Newcastle".

Conforme a explicação do Ministério, as novas diretrizes reforçam que é imprescindível que a notificação das doenças deve ser feita de maneira imediata aos órgãos competentes, e que também a revisão "amplia a coleta de amostras pelo SVE a partir de aves comerciais e de subsistência e inclui a amostragem em propriedades localizadas em municípios alcançados por rotas de aves migratórias". (Confira o comunicado completo emitido pelo MAPA abaixo).

NOTA COMPLETA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA)

"O Departamento de Saúde Animal (DSA) tem trabalhado de forma contínua, para o fortalecimento da biosseguridade das granjas e na vigilância para influenza aviária (IA). Esse trabalho tem como objetivo minimizar o risco de introdução e disseminação da doença no país, considerando a situação mundial da IA e a disseminação do vírus, principalmente por aves silvestres.
 
Em julho de 2022, o DSA concluiu a revisão das novas orientações para a vigilância e para a notificação de suspeitas de IA e publicou um novo plano de vigilância para influenza aviária e doença de Newcastle.

O novo plano reforça a importância da notificação imediata aos serviços veterinários estaduais (SVE), por qualquer cidadão, de aves domésticas e silvestres com suspeita de influenza aviária, indispensável para a detecção rápida da doença. Orientações sobre a caracterização de casos suspeitos de IA podem ser encontradas na ficha técnica disponibilizada no site do MAPA. A notificação pode ser realizada ao SVE por meio da plataforma e-Sisbravet ou por qualquer outro meio (e-mail, telefone, pessoalmente) .

O plano também amplia a coleta de amostras pelo SVE a partir de aves comerciais e de subsistência e inclui a amostragem em propriedades localizadas em municípios alcançados por rotas de aves migratórias. Essas coletas visam, de um lado, demonstrar a ausência de circulação do agente viral e apoiar a certificação do Brasil como país livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) e, por outro, a adoção de ações de mitigação e contenção da doença uma vez detectada.

A Colômbia, em outubro de 2022, notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) a detecção da IAAP - vírus H5N, em propriedades de aves de subsistência, tendo como fontes de infecção aves silvestres. As propriedades afetadas naquele País encontram-se próximas à divisa com o Panamá, distantes da fronteira com o Brasil.

Considerando essa recente notificação de IAAP em um país da América do Sul e o grande número de ocorrências de IAAP reportadas em diversos países, o DSA ratifica a importância da notificação imediata de casos suspeitos ao SVE, do cumprimento das ações do novo plano de vigilância para a doença e do reforço pelos produtores das medidas de biosseguridade das granjas.

O DSA ressalta que a IAAP é uma doença exótica no Brasil e sua prevenção é responsabilidade de todos, requerendo esforço conjunto entre os órgãos públicos e o setor produtivo, a fim de salvaguardar a saúde pública e a sanidade do plantel avícola nacional e mitigar os impactos sócio-econômicos de uma eventual ocorrência da doença."

Para mais informações:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/programas-de-saude-animal/pnsa/programa-nacional-de-sanidade-avicola-pnsa


https://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/SISBRAVET.html

 

Por: Letícia Guiamrães
Fonte: Notícias Agrícolas

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