Frango vivo registra a primeira alta do segundo semestre; mas só em Minas Gerais
Ontem (7), após 111 dias (cerca de 16 semanas) operando com a cotação inalterada em R$6,30/kg, o frango vivo comercializado em Minas Gerais obteve reajuste de cinco centavos. Os R$6,35/kg ora alcançados representam, nominalmente, recorde histórico para o produto mineiro.
Não se trata de ocorrência fortuita. Há várias semanas (isto é, desde o final do primeiro semestre), o mercado de Minas Gerais vem apresentando firmeza em relação ao frango vivo. Como isto tem se mantido constante, independentemente da época do mês, demonstra que a oferta local se encontra bem ajustada. O empurrão final está sendo dado por esta semana de pagamento de salários.
Porém, além de estar atingindo novo recorde de preços, um outro fato é destaque no mercado mineiro de aves vivas: há mais de sete meses, desde 2 de dezembro de 2021 (ocasião em que o preço local caiu para R$4,50/kg), o frango vivo não registra nenhuma baixa, apenas altas que, acumuladas, fazem com que o incremento neste ano supere os 35%.
Não é o que acontece no interior paulista, onde – por cerca de 50 dias, entre a segunda quinzena de março e os primeiros dias de maio – o frango vivo alcançou o recorde de R$6,50/kg, mas viu essa cotação recuar para R$6,00/kg, valor que permanece inalterado há quase oito semanas. Não por menos, o frango paulista acumula neste ano variação de 20%, enquanto em 12 meses o incremento não vai muito além dos 7%, a metade dos 14% ora obtidos por Minas Gerais.
Considerado o momento do mês, também a ave viva do interior de São Paulo deveria estar registrando mudanças de mercado. Mas, na prática, o que se observa é apenas leve alteração de mercado – de “fraco” para “calmo” – comportamento insuficiente para promover algum reajuste.
Isto não significa, necessariamente, que tenha aumentado a oferta de aves vivas pelo mercado independente paulista. Aparentemente, o que vem ocorrendo é uma redução na demanda do produto final (o frango abatido), situação que torna a maioria dos abatedouros autossuficientes e menos dependentes do mercado de aves vivas.
Vem daí a estabilidade que prevalece há 53 dias e que, mantida por mais oito dias, fará com que o frango vivo disponibilizado no interior paulista feche a primeira quinzena de julho corrente com a mesma cotação registrada um ano atrás. Isso só não ocorrerá se houver um esforço do setor produtivo para superar o longo período de estagnação.