Carne suína: China deve seguir como maior importadora em volume, mas Japão liderará em preço pago
Em um debate prévio ao evento United Pork Americas (UPA), que será realizado em setembro deste ano, especialistas norteamericanos na área de suinocultura trouxeram informações sobre o atual cenário do mercado e o que está por vir.
Richard Herzfelder, consultor sênior da indústria internacional de carnes da Gira Consulting and Research abordarão, explica que, apesar dos avanços conquistados pela China após ter seu plantel reduzido pela metade com a Peste Suína Africana desde 2018, nem o plantel ou o consumo no gigante asiático se recuperaram totalmente.
Ele pontua ainda que os chineses seguirão sendo líderes na importação de carne suína, quando se fala em volume, mas haverá, sim, um recuo, passando de 4,2 milhões de toneladas registrados no ano passado para uma perspectiva de 3,8 milhões neste ano. O destaque para os preços pagos pela compra internacional da proteína suinícola deverá ficar por conta do Japão.
"No caso da China, pontos que devem atrapalhar as importações da carne suína são os casos de Covid-19 e as implicações econômicas que a doença pode trazer", ressalta Herzfelder, lembrando da política de tolerância zero do país para os surtos e adoção de lockdowns nos territórios onde a doença aparece.
O Brasil já vem notando o recuo nos volumes e no preço pago pela carne suína, conforme os dados divulgados semanalmente pela Secretaria de Comércio Exterior do Governo Federal (Secex) e trazidos em detalhes e com perspectivas de especialistas pelo Notícias Agrícolas.
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Entretanto, este recuo se estende para outro grande player do mercado suinícola, os Estados Unidos, segundo Nathan Losey, analista do mercado de grãos e pecuária da AgResource Company.
Para Losey, o consumidor norteamericano consumiu mais carne suína e teve mais dinheiro para poder realizar este consumo. "A demanda doméstica foi o principal driver no ano passado. As exportações foram o driver do mercado de suínos nos Estados Unidos por três anos, e agora nos últimos seis meses veio caindo. O pico para a China foi em 2020 declinou, e não vejo que vá voltar devido aos preços na China em comparação com os patamares americanos", disse.