Suinocultura independente: início de 2022 trouxe recuo para os preços do animal
A primeira bolsa de suínos do ano realizada nas principais praças comercializadoras na modalidade independente foi de quedas nas maiorias dos Estados. As lideranças do setor apontam uma oferta maior do que a demanda como razão principal para as baixas nos preços, situação preocupante em um momento de nova pressão de alta nos valores dos grãos.
Em São Paulo, segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o valor cedeu de R$ 6,93/kg vivo (registrado no dia 23 de dezembro) para R$ 5,60/kg vivo nesta quinta-feira (6).
De acordo com o presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, o mercado não aguentou porque está iniciando o ano com uma oferta acima da dermanda. "O campo, principalmente o sul do país, ainda tem animais, que vão precisar sair para abate, então a perspectiva para as próximas semanas ainda será de dificuldade", disse.
Ferreira acrescenta ainda que o valor do animal vivo definido nesta semana em R$ 5,60/kg está muito distante do custo de produção, estimado em São Paulo na casa dos R$ 7,81/kg. "Se essa diferença fosse algo pontual, de agora, dava para sobreviver. O problema é que nos 12 meses de 2021 o suinocultor acumulou prejuízo", finalizou.
No mercado mineiro, o preço baixou de R$ 6,20/kg vivo (no último dia 30) para R$ 5,60/kg vivo, de acordo com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).
Segundo o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles, as granjas mineiras abaixaram os seus pesos em dezembro como era esperado.
"O mercado local, porém, sofre fortíssima pressão de oferta de outras regiões do Brasil.
Nesse momento a oferta continua maior que a demanda".
Santa Catarina não foi exceção nesta quinta-feira (6), com valor saindo de R$ 6,33/kg vivo para 5,63/kg vivo, segundo dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).
No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 30/12/2021 a 05/01/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 3,99%, fechando a semana em R$ 5,66.
"Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 5,51", informou o reporte do Lapesui.
Já no mercado gaúcho, que negocia os animais no mercado independente às sextas-feiras, a expectativa de acordo com Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), é que os valores fiquem estáveis. Entretanto, ele pontua que em algum momento as quedas ocorridas no sudeste serão refletidas no Sul do país.