Poder de compra do frango vivo em relação ao milho é o maior em 13 meses; porém...
Como o frango vivo permanece com a cotação inalterada desde meados de julho passado e sua principal matéria-prima - o milho - opostamente, registra queda de preço pelo segundo mês consecutivo, o poder de compra da ave no tocante ao grão voltou a registrar novo aumento, atingindo o maior nível dos últimos 13 meses.
Demonstrando (embora com dados preliminares): em outubro, uma tonelada de frango vivo possibilitou adquirir 3,850 toneladas de milho, volume que representa aumento de 2% sobre o mês anterior e de 12,5% sobre outubro do ano passado.
Tal recuperação, entretanto, não é ocorrência recente: começou no mês de maio, depois de ter atingido o “fundo do poço histórico” no mês anterior. Então, uma tonelada de frango vivo adquiriu pouco mais de 2,8 toneladas do grão, ou seja, mais de uma tonelada a menos que neste mês. De lá para cá, o poder aquisitivo do frango vivo aumentou 37%.
Tal ganho, no entanto, não tem – ao menos até aqui – o menor significado, pois, na média dos 10 primeiros meses de 2021, o frango vivo continua registrando o menor poder aquisitivo dos últimos 10 anos.
Em outras palavras, entre janeiro e outubro uma tonelada de frango vivo possibilitou adquirir, em média, 3,289 toneladas de milho, volume 9% menor que o registrado na média dos 12 meses de 2020.
Comparativamente ao volume médio dos oito anos transcorridos entre 2012 e 2019 (perto de 4,660 toneladas de milho, antes que o preço do milho fosse dolarizado) a quantidade adquirível no corrente exercício vem sendo quase 30% menor. Ou, visto por outro ângulo, para adquirir em 2021 a mesma quantidade de milho dos oito anos mencionados o setor precisou de um volume de frangos vivos quase 42% maior.
Notar, ainda (gráfico abaixo), que em relação às duas crises anteriores dos últimos 10 anos (a de 2012, quando o Brasil e o mundo enfrentaram sérios problemas econômicos; e a de 2016, quando ocorreu quebra de safra), o volume atual é, respectivamente, 18% e 14% inferior.