Milho e farelo de soja: influências na valorização obtida pelo frango vivo
Partindo das médias registradas em 2019, constata-se que nos 19 meses subsequentes (janeiro de 2020 a julho de 2021) frango vivo e milho mantiveram relativa paridade de preços em apenas uma ocasião: no bimestre junho/julho de 2020. Depois disso, o frango ficou para trás, a despeito das recuperações mais recentes.
Já em relação ao farelo de soja, o frango perdeu a paridade desde o início do período analisado. Aliás, até recentemente a evolução de preços do farelo foi muito maior que a do milho – sem, claro, despertar maior atenção dada a menor proporção dessa matéria-prima na ração do frango. Em fevereiro deste ano, por exemplo, comparativamente a uma evolução de preço de 36% do frango e de 105% do milho, o farelo de soja registrava aumento de 137% (base: média 2019).
Mas, desde então, o preço do farelo de soja vem sofrendo retração quase contínua. A ponto de, em julho passado, ter-se reaproximado da paridade de preços que teve com o frango na média de 2019.Ou seja: o frango vivo abriu o segundo semestre de 2021 com uma valorização de quase 80% sobre o período-base, ficando menos de 10 pontos percentuais aquém do farelo de soja, que registrou valorização ligeiramente superior a 89% (a diferença do milho foi bem maior, de 60 pontos percentuais, 33% a mais que o frango).
Contudo, é interessante notar que essa quase paridade entre frango e farelo de soja é extremamente pontual, aplica-se apenas ao mês de julho. Porque, na média dos sete primeiros meses do ano, o incremento do farelo em relação à média de 2019 chega a 113%, enquanto a valorização do frango não passa de 53%.
Naturalmente, a valorização do milho tem sido mais perversa que a do farelo de soja. Pois, frente ao ganho de 53% obtido pelo frango nos sete primeiros meses de 2021, o do milho ficou em 128%.