Enquanto frango tenta acompanhar, milho caminha para novo recorde de preços
Não será neste mês mas, pelo simples comportamento de mercado nos últimos dias de julho é bem provável que em agosto próximo a cotação média do milho supere o que foi registrado em abril e maio passado e atinja novo recorde histórico. O frango vivo tenta acompanhar, mas por enquanto permanece à distância – como deixa claro o gráfico abaixo.
Retrocedendo dois anos, observa-se que, entre julho e setembro de 2019, milho e frango apresentavam estabilidade de preço. Naquele trimestre, a saca de milho foi comercializada, em média, por R$39,00, enquanto a cotação do frango vivo permaneceu inalterada em R$3,30/kg. Portanto, com uma tonelada da ave viva foi possível adquirir na ocasião perto de 85 sacas de milho
Tal estabilidade começou a ser rompida a partir de outubro daquele ano. E o pior é que, enquanto o milho entrava em processo de alta, a cotação do frango vivo retrocedia, situação que se agravaria ainda mais em 2020, com o advento da pandemia. Em abril de 2020 (o pior momento do frango nesses dois anos), uma tonelada da ave viva adquiriu não mais que 51 sacas de milho, 40% a menos que nove meses antes.
Mas o pior momento na relação frango x milho ocorreu bem mais recentemente, em abril passado, quando poder de compra da tonelada de frango vivo caiu para menos 47 sacas de milho, apresentando queda de 45% em relação aos valores registrados em meados de 2019.
Essa situação só não se agravou nestes últimos dois meses (junho e julho) porque o processo de recuperação de preços do frango vem se mantendo constante. Assim, no sétimo mês de 2021 deve ser registrado o maior poder de compra do frango dos últimos 10 meses – cerca de 58 sacas de milho por tonelada da ave viva. Mesmo assim, um volume cerca de 20% inferior às quase 72 sacas adquiríveis um ano atrás.