Exportação de carne de frango "explode" neste início de junho com faturamento surpreendente

Publicado em 07/06/2021 19:35
Aumento vertiginoso pode ser atribuído ao feriado de Corpus Christi, segundo a Secretaria de Comércio Exterior

De acordo com informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal, divulgadas nesta segunda-feira (7), as exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas tiveram desempenho surpreendente. Em apenas três dias úteis, o faturamento já atingiu 50% do total arrecadado em todo o mês de junho de 2020. 

Além disso, conforme dados oficiais, o faturamento por média diária nesta primeira semana extrapolou em mais de 250% o quesito registrado em junho/2020, e mais de 140% no comparativo com os números da última semana de maio deste ano.

Segundo o analista da SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os números surpreendem, já que desde o dia 23 de maio começou a valer o embargo a 11 plantas brasileiras exportadoras de carne de frango para a Arábia Saudita, o segundo país que mais compra a proteína do Brasil. Outro ponto destacado por Iglesias é a questão cambial, com recuo do dólar. 

Leia Mais:

+ Começa a valer embargo da Arábia Saudita a 11 frigoríficos de frango brasileiro

"É um aumento muito agressivo e chama muito a atenção, mas fica difícil apontar algum fator específico, já que não há nada de extraordinário no mercado para motivar tal resultado", disse. 

Entretanto, Iglesias pondera que, apesar da Arábia Saudita ter reduzido as compras, a China adquire proteína animal com agressividade, por ter uma característica de "ser muito proativa para garantir a segurança alimentar da população".

"É muito improvável que este resultado da primeira semana de junho seja um resquício de grande volume de compra da Arábia Saudita para formar estoque", afirmou o analista.

Ao ser consultada sobre o aumento considerado fora do normal, a Secex respondeu, em nota, que "feriados costumam fazer com que o movimento de exportação nos dias anteriores ou subsequentes seja mais intenso para compensar o dia não útil". (Confira abaixo a nota na íntegra)

O comunicado da Secretaria ainda pontua que "para comparar os dados e mitigar o efeito-calendário, a variação é medida na média por dia útil. Com isso, ao dividir o movimento da semana por apenas três dias úteis, como na semana passada, a média pode ficar alta".  

A receita obtida com as exportações de de carne de frango neste mês, US$ 206.106,384, representa 50,70% o montante obtido em todo junho de 2020, que foi de US$ 406.518,458. No caso do volume embarcado, as 83.150,519 toneladas são 26,03% do total exportado em maio do ano passado, montante 319.420,999 toneladas. 

O faturamento por média diária na primeira semana de junho, US$ 68.702,128, foi 254,90% maior do que junho do ano passado. Em comparação à semana anterior, houve alta de 142,16%.

No caso das toneladas por média diária, foram 27.716,839, avanço de 82,22% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. Quando comparado ao resultado para o quesito na semana anterior, observa-se aumento de 51,9%.

Já o preço pago por tonelada, US$ 2.478,714 foi 94,76% superior ao praticado em junho do ano passado. Em relação ao valor registrado na semana anterior, houve aumento de 59,4%.

O QUE DIZ A SECEX:

"Não há erro de compilação das estatísticas. O relatório reflete os dados aduaneiros declarados pelos exportadores. Feriados costumam fazer com que o movimento de exportação nos dias anteriores ou subsequentes seja mais intenso para compensar o dia não útil. 

Para comparar os dados e mitigar o efeito-calendário, a variação é medida na média por dia útil. Com isso, ao dividir o movimento da semana por apenas três dias úteis, como na semana passada, a média pode ficar alta.  

O ideal é analisar os movimentos em períodos de tempo maiores, pois os números são mais voláteis em períodos curtos. Ademais, as estatísticas preliminares parciais do mês representam o registro mais tempestivo declarado em documentos aduaneiros. Todo documento aduaneiro está sujeito a retificação pelos exportadores, mesmo após o embarque, o que também aumenta a volatilidade do dado preliminar".

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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