Embora elevada, curva sazonal de preços do frango vivo permanece muito aquém do custo
O resultado é preliminar, mas está claro que o frango vivo (como demonstra o gráfico abaixo) irá encerrar o quinto mês de 2021 com um preço médio que não só é oposto ao de sua curva sazonal, mas que também representa novo recorde para o mês de maio.
Tendo como ponto de partida o preço médio do ano anterior (igualado em 100), a curva sazonal atual abrange um período de 26 anos, isto é, vem desde 1995 até 2020. Ela mostra que, na média desses 26 anos, é exatamente em maio que o frango vivo registra a menor cotação do ano. Ou, mais exatamente, 94,6% do preço médio do ano anterior.
Foram bem poucos, porém houve anos em que o preço registrado superou a média do ano anterior. Mas, nesse pouco mais de quarto de século, o valor máximo atingido pelo frango vivo ficou perto de 30% acima da média do ano anterior (maio de 2019). Já em maio corrente ele se encontra quase 44% acima da média de 2020.
Os desavisados logo concluirão que é um resultado excepcional. Mas não. E por duas razões. A primeira é que o preço médio de 2020, devido aos bloqueios impostos pela pandemia, foi extremamente baixo, só vindo a registrar recuperação no final do período, graças à valorização externa das carnes bovina e suína.
A segunda determinante do alto índice registrado advém da busca – por ora ainda infrutífera – pela obtenção de preços mais condizentes com a elevação dos custos. E, neste caso, o que ressalta é (principalmente, mas não exclusivamente) o aumento dos preços do milho.
Assim, se o frango vivo chega a maio registrando valor quase 44% superior à média de 2020, o milho, pelo mesmo parâmetro, alcança no momento preço 72% superior. Porém, muito mais berrantes são os resultados dos últimos dois anos. Pois, frente a uma valorização nominal de 62,27% do frango vivo, o preço médio do milho se encontra, na média de maio corrente, 151,41% acima da média registrada em 2019.