Peste Suína Africana vai seguir ditando o rumo do mercado global de carnes em 2021, aponta Rabobank

Publicado em 15/03/2021 14:34
Análise estima que doenças e alto custo de produção devam limitar crescimento da produção de carne suína na China

De acordo com relatório do Rabobank sobre a atual situação da Peste Suína Africana em âmbito global e as perspectivas para o ano de 2021, a doença seguirá ditando o ritmo do mercado mundial de proteína animal. 

A China continua sendo o país sob maior influência da doença, e a disseminação do vírus da PSA durante o inverno jogou luz sobre os desafios para tentar controlar o problema. Este fato, segundo o banco, está complicando o cenário do suprimento e da demanda por carne suína no gigante asiático. 

O Rabobank projeta que a produção de carne suína na China deva aumentar entre 8% a 10% em 2021, no comparativo com o ano passado. O crescimento deve flutuar ao longo do ano, com um primeiro trimestre de altas rápidas, devido aos abates por medo da PSA, e diminuição de ritmo no segundo trimestre. 

+ USDA: Produção de carne suína na China deve subir 14% em 2021, mas nível fica abaixo de época pré-PSA

O número de suínos do plantel chinês e a perspectiva para 2021, especialmente para as matrizes, ainda é incerta. Consequentemente, a produção de carne suína e os preços da proteína também é duvidoso. Outro fator que dificulta a avaliação é o alto custo dos insumos para alimentação dos animais, que deve fazer os custos de produção subirem. 

+ Dificilmente a China atingirá a autossuficiência em carne suína, aponta especialista

Na questão de rações para suínos, o aumento previsto para este ano é de 11% para este ano, em comparação a 2020. Os recentes surtos de doenças e o grande número de matrizes de duas linhagens de origem, com menor produtividade, devem limitar o ritmo de recuperação. 

Após a China ter atingido um pico na importação de carne suína no ano passado, o Rabobank projeta que em 2021 o fluxo deve diminuir, ainda que grande parte dos países exportadores ainda esperam contar com o mercado chinês para manterem suas vendas. 

A projeção do banco é de que as importações de carne suína feitas pela China em 2021 caiam entre 10% a 30%. Entretanto, como o preço da proteína na China deve permanecer alto, as importações serão necessárias para aliviar a pressão, assim como a importação de outras proteínas, como a bovina e a de frango.

O preço deve ser um fator determinante para que os países que exportam para a china mantenham um alto fluxo de comércio com a nação asiática em 2021, além da disponibilidade em qualtidade e considerações geopolíticas. 

ALEMANHA

A atual pressão devido aos casos de PSA em javalis selvagens na Alemanha também é significante, ainda que um trabalho eficaz esteja sendo feito para conter a doença. A situação na Alemanha também deve seguir trazendo implicações para outras partes da Europa. 

Após a descoberta do primeiro caso da doença na Alemanha, em setembro do ano passado, vários países restringiram as importações da proteína alemã, como China, Japão e Vietnã, deixando um excedente de cerca de 70 mil toneladas.

Outros países da Europa passaram a absorver esta produção, e até o final do ano, outros países que haviam imposto embargo à carne suína da Alemanha acabaram relaxando as restrições. 

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Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas e Rabobank

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