Exportação de carne de frango em 2020 deve ter volume semelhante ao de 2019, segundo ABPA
De acordo dados divulgados em entrevista coletiva da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a projeção de exportação de carne de frango deve encerrar o ano de 2020 com aumento de até 0,5%, fechando entre 4,2 milhões de toneladas a 4,23 milhões de toneladas. Para 2021, a perspectiva é de crescimento entre 0,5% a 3,6%, alcançando 4,25 milhões de toneladas a 4,25 milhões de toneladas.
Apesar da quantia em peso semelhante às exportações de 2019, a receita obtida com os embarques, ao menos de janeiro a novembro deste ano, ficaram 12,8% inferior ao resultado conquistado no mesmo período do ano passado.
"Esperávamos um crescimento em torno de 3% em volume, o peso dos custos de produção, principalmente farelo de soja e milho, o que fez com que o peso da carcaça perdesse a força", disse Ricardo Santin, presidente da ABPA.
A China foi destino de 17% da proteína embarcada nos primeiros onze meses deste ano, aumentando em 20% as compras no período. Parceiros comerciais tradicionais do Brasil em matéria de compras de carne de frango tiveram recuo, como os Emirados Árabes, que retraíram em 14% as aquisições, ficando com 11% das exportações brasileiras, e a Arábia Saudita, com queda de 2% e 7% da "fatia" dos embarques de carne de frango.
A produção da proteína avícola tem expectativa de aumento entre 3,8% a 4,2% em 2020, alcançando volumes de cerca de 13,75 milhões de toneladas a 13,8 milhões de toneladas. Para o ano que vem, a Associação estima avanço de 3,3% a 5,5%, chegando a 14,25 milhões de toneladas a 14,5 milhões de toneladas.
No final das contas, a carne de frango disponível no mercado interno brasileiro deve encerrar o ano com aumento de 5,8% a 6,3%, com volumes em torno de 9,52 milhões de toneladas a 9,6 milhões de toneladas. Apesar do aumento da quantidade do produto em solo brasileiro, a ABPA estima um aumento no consumo per capita em 5%.
"A disponibilidade no mercado interno foi novidade, com aumento no consumo no por causa da pandemia, que deixou boa parte da população descapitalizada. Este fator, somado à alta no preço da carne bovina contribuiu para um bom reflexo no consumo interno da carne de frango", apontou Santin.