PSA deve continuar a pressionar a produção de carne suína em 2020, e Ásia segue puxando a demanda

Publicado em 01/07/2020 16:11
De acordo com relatório da FAO, a produção da proteína deve diminuir 8% em relação a 2019

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), pelo segundo ano consecutivo, a produção mundial de carne suína deve ter uma contração acentuada, caindo para 101 milhões de toneladas em 2020, ou 8% a menos do que o ano passado. Grande parte do declínio global seria por conta da China, mas também do Vietnã, Filipinas e os EUA. 

Na China, a disseminação da Peste Suína Africana (PSA) é o fator que motiva a queda prevista de 20% na produção da proteína para 35 milhões de toneladas, vindo de 21% de recuo já registrado em 2019. Com uma série de políticas lançadas pelo governo para resgatar o setor, as empresas do setor da suinocultura estão adotando medidas avançadas de biossegurança. Os surtos de PSA também estão por trás da projeção de queda na produção de suínos no Vietnã e nas Filipinas, enquanto um plantel menor deve fazer a produção na Ucrânia recuar. Nos EUA, a perspectiva negativa de produção é principalmente ligada à rupturas no mercado por causa da Covid-19.

Por outro lado, segundo o levantamento da FAO, são esperados aumentos moderados na produção na União Europeia e no Reino Unido, Brasil, Rússia, México e Canadá. Na União Europeia e no Reino Unido, a forte demanda por importação, especialmente da China, está apoiando uma expansão do setor. No Brasil, custos estáveis ​​de alimentação dos animais e um grande plantel estão sustentando a produção, enquanto na Rússia o crescimento da produção é sustentado por grandes investimentos em novas instalações de criação e processamento.

COMÉRCIO MUNDIAL

As exportações mundiais de carne suína são estimadas em 10,6 milhões de toneladas em 2020, 11,2% acima do ano passado, predominantemente impulsionado por maiores importações antecipadas da China, juntamente com esperados aumentos nas compras no Vietnã, Filipinas, Chile e Ucrânia. Na China, a expectativa é que as importações da proteína aumentem 1,2 milhões de toneladas ou 42% em 2020, atingindo 4,1 milhões de toneladas, o equivalentea 40% do volume global do comércio de carne suína.

Da mesma forma, as importações das Filipinas e do Vietnã devem aumentar principalmente para compensar o déficit na produção causado ​​pela Peste Suína Africana (PSA). O suprimento local limitado também deve aumentar as importações da Ucrânia. Em contrapartida, prevê-se que a Coréia reduza suas compras de carne suína devido a uma redução nas cadeias de foodservice.

Grande parte do aumento das importações mundiais de carne suína em 2020 devem ser cumpridos pelos Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, Brasil, Canadá, México e Chile. Apesar da previsão de uma pequena redução na produção, os Estados Unidos provavelmente verão as exportações aumentam 13%, com a maior parte destinada à China, México, Japão, Canadá, República da Coréia e Austrália. 

Na União Euroéia e no Reino Unido, a queda no consumo doméstico e aumento na produção resultou em uma maior disponibilidadede carne suína, o que pode levar a exportações maiores, especialmente para a China, na sequência de acordos recentemente assinados entre a China e os principais fornecedores da União Europeia. A exportação da proteína suína brasileira também deve aumentar, puxada pela China, embora as vendas para outros parceiros comerciais possam cair.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Doença de Newcastle: após erradicação do caso, tratativas são para a retomada das exportações, principalmente de genética avícola
Rio Grande do Sul: Secretaria da Agricultura contém foco de doença de Newcastle com agilidade na região de Anta Gorda
Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura volta ainda mais forte
Frango: estabilidade domina as cotações nesta segunda-feira (29)
Estabilidade prevalece nesta segunda-feira (29) para as cotações no mercado de suínos
Perto de julho chegar ao fim, exportações de carne de frango ainda não 'empataram' com os resultados de julho do ano passado