Apesar da Covid-19, mercado de proteína animal global segue regido pela Peste Suína Africana

Publicado em 19/06/2020 11:48
De acordo com o Rabobank, doença que reduziu quase à metade o plantel de suínos na China fará com que o país e o Sudeste Asiático aumentem as importações de carne suína

Segundo relatório do Rabobank a respeito da atual situação do mercado global de proteína animal, a Peste Suína Africana (PSA) continua sendo a questão dominante desde 2018, mas a Covid-19 distorce ainda mais as perspectivas, restringindo a produção, o consumo e o comércio.

A PSA ainda é a principal influência nos mercados globais de carne suína e continua a impactar os plantéis e a restringir a produção de carne suína na China, Vietnã, Filipinas e partes da Europa Oriental. Segundo o banco, ainda não há precisão de que uma vacina contra a doença esteja disponível comercialmente em 2020, logo, as medidas de biossegurança continuam sendo a defesa mais eficaz.

A recuperação de rebanhos está em andamento na China e vem avançando mais rápido do que o esperado, mas uma queda significativa na produção de suínos é esperada para 2020, de acordo com o Rabobank. A situação da PSA está se estabilizando no Vietnã, mas são esperadas reduções adicionais na produção de 2020. Enquanto isso, nas Filipinas, a doença continua a se espalhar. Assim, a China e o Sudeste Asiático continuarão a aumentar as importações de carne suína, com a expectativa de que as importações de carne suína da China atinjam níveis recordes.

QUEDA NA PRODUÇÃO

No entanto, conforme o relatório do Rabobank, os efeitos da pandemia global da Covid-19 acrescentam mais complicações às perspectivas. Enquanto esperava-se que a produção de carne suína aumentasse na América do Norte, Brasil e algumas partes da Europa em 2020, o impacto da pandemia significa que agora deva haver restrições em todos os principais países produtores. 

O banco também projeta que a Covid-19 tenha impacto no consumo de carne suína, principalmente por meio da redução nas operações do canal de food service. A diminuição no consumo não será, segundo o banco, compensada pela produção reduzida, resultando em mercados de carne suína relativamente restritos.

De acordo com Justin Sherrard, estrategista de proteínas animais da RaboResearch, “as principais incertezas que vemos nos mercados globais de carne suína, associadas ao PSA e influenciadas pela Covid-19, são: a perda de produção associada ao fechamento de fábricas de processamento e à lentidão das operações; a possibilidade de que as tensões geopolíticas em curso entre os EUA e a China afetem o comércio de carne suína; e o risco de um surto de ASF em um importante país produtor da Europa, como a Alemanha”.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas e Rabobank

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