Março foi de alta nos custos de produção para a avicultura; produtor sente a queda nos preços de venda

Publicado em 17/04/2020 15:55 e atualizado em 18/04/2020 18:37
O Índice de Custos de Produção de frango da Embrapa mostrou alta de 4,17% em relação a fevereiro; presidente de associação associa alta aos preços de milho e farelo de soja

De acordo com dados divulgados pela Embrapa Aves e Suínos nesta sexta-feira (17), os custos de produção na avicultura tiveram alta, e a nutrição dos animais continua sendo o maior peso. De acordo com Erico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura, com os preços de venda baixos e os custos de produção altos, quando a ave chega na reta final do frigorífico, ela já causou prejuízo.

No mês de março deste ano, o ICPFrango foi de 247,20, aumento de 4,17% em relação a fevereiro e de 13,36% nos últimos 12 meses. Desde o início do ano, o aumento foi de 6,82%.

Segundo a Embrapa suínos e aves, os custos com nutrição agora representam 70,78% nos custos de produção, enquanto no mesmo mês de 2019, a fatia era de 67,62%.

Em relação aos gastos com alimentação, o aumento no mês de março foi de 4,86% em relação a fevereiro e 12,43% nos últimos 12 meses. Abrangendo a análise para desde o início do ano, o avanço foi de 6,74%.

No Paraná, principal praça produtora da ave, os custos de produção de frango em março chegou a R$ 3,19/kg, sendo R$ 2,26 relacionado a alimentação. No ano passado, em março, os custos de produção no Paraná eram de R$ 2,80/kg, enquanto a nutrição representava R$ 1,89/kg.

Segundo Pozzer, essa realidade se repete em outras regiões do país, já que a ração para alimentação das aves tem os mesmos componentes. "Esse aumento de 4,86% com os custos de alimentação em março foi por causa da alta nos preços do milho e do farelo de soja".

Ele explica que até é possível tentar fazer uma ração mais pobre em energia, atrasar o ganho de peso da ave, mas isso não resolveria o problema porque a matéria-prima disponível no momento é milho e farelo de soja, uma vez que o sorgo só terá em setembro. 

"Para gastar menos tem que reduzir o volume de produção. O problema é o preço de venda que está muito baixo. Hoje quem vende bem, está vendendo o frango inteiro a R$ 4 o quilo, mas tem gente vendendo a muito menos que isso. Então com esse custo do Paraná, estimado a R$ 3,19/kg, quando o frango sai do frigorífico, já deu prejuízo", disse.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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