Frango vivo sobe 6,49% em São Paulo; Alta nos preços de insumos aperta margens da indústria
A terça-feira (7) foi de cotações mistas para o mercado do frango. Segundo análise do Cepea/Esalq, as vendas de carne de frango se desaqueceram de 25 de março a 1º de abril. Além da retração da demanda por ser a última semana do mês, a redução das compras por parte de restaurantes, hotéis e demais serviços de alimentação, reforçaram a baixa liquidez e, consequentemente, as quedas nos preços.
Em São Paulo, de acordo com a Scot Consultoria, houve queda de 3,33% no preço da ave na granja, cheganado a R$ 2,90/kg, enquanto o frango no atacado permaneceu com preço estável em R$ 4 o quilo.
Segundo informações do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (6), o frango congeladpo teve queda de 1,57%, com preço de R$ 4,39/kg, enquanto a ave resfriada se desvalorizou em 1,34%, atingindo R$ 4,43/kg.
Em relação ao frango vivo, o preço em São Paulo teve aumento de 6,49%, chegando a R$ 2,46/kg, enquanto no Paraná e em Santa Catarina, os preços ficaram estáveis em R$ 3,28/kg e R$ 2,51/kg, respectivamente.
Alta nos preços de insumos aperta margens da indústria de frango no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) - Os avanços nos preços do milho e farelo de soja, principais insumos utilizados na alimentação de frangos, têm apertado as margens da indústria do setor, já afetada pelo recuo nos valores da carne no mercado interno.
"O problema do setor é o custo no curto prazo, com o milho e o farelo de soja desproporcionalmente caros para a avicultura", disse o Itaú BBA em análise divulgada nesta terça-feira.
Segundo a avaliação do banco, o farelo subiu bastante no último mês associado à desvalorização cambial e o milho segue em patamar muito elevado de preço, em meio à escassez de oferta.
O Indicador de Milho Esalq/B3 encerrou esta segunda-feira cotado a 57,83 reais por saca de 60 quilos, alta de 51,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o valor do frango congelado negociado no atacado de São Paulo ficou em 4,39 reais por quilo na segunda-feira, queda de 3,51% na variação anual. Na variação mensal, o recuo chega a 9,48%.
Com o frango em queda e o milho em alta expressiva, a analista de mercado da Scot Consultoria, Juliana Pila, afirmou que a relação de troca tanto para o produtor da ave quanto para a indústria ficou mais apertada.
"A margem vem se estreitando e com toda essa conjuntura de incertezas econômicas (com a crise do coronavírus) não sabemos como vai ficar a demanda no curto e médio prazo. Tínhamos uma expectativa positiva para este ano e com essas incertezas fica difícil de traçar uma nova perspectiva. A margem deve continuar estreita", explicou.
Neste cenário, o Itaú BBA afirmou que as indústrias que teriam algum alívio nos custos são as que fizeram a aquisição dos insumos para ração antecipadamente, a preços menores.
"Mesmo olhando para o segundo semestre, é válido considerar a possibilidade de que o milho não caia muito, diante das perspectivas de balanço apertado no Brasil", disse o banco.
Com a expectativa de preços firmes do milho, a indústria de carnes tem avaliado que precisará importar o produto a partir de maio, enquanto a segunda safra do país não chega ao mercado.
Apesar da queda nos valores do frango, os patamares de preço da carne suína e de boi, que são mais elevados, tendem a limitar recuos mais expressivos para o frango no Brasil.
"Em condições de piora econômica, a carne de frango tem a vantagem comparativa do menor preço relativamente às outras carnes. Além disso, o rápido ciclo de produção permite ajustes de rota com relativa rapidez e eficiência."
A adversidade econômica tende a estar atrelada aos impactos do coronavírus, que desencadeou a interrupção de atividades no comércio, indústria e serviços, em meio a medidas de controle da disseminação da doença.
Quanto ao mercado internacional, o Itaú BBA destacou que muitos novos casos de gripe aviária vêm sendo notificados em diversas partes do mundo, principalmente na Ásia e no Leste Europeu, o que favorece as exportações do Brasil para estas regiões.
"As exportações do Brasil têm crescido... na esteira da boa oferta, preço competitivo e sanidade do produto do Brasil."
Os embarques de carne de frango in natura de março alcançaram 324 mil toneladas, alta de 2% igual período de 2019. Com isso, o crescimento no primeiro trimestre foi de 9,6%, "um excelente resultado sobretudo nos últimos dois meses, com a China explicando boa parte da expansão", ressaltou o Itaú BBA.
Suínos: queda nos preços no mercado independente chega a 10,36% no RS
O mercado de suínos segue amargando quedas acentuadas, como, por exemplo, no mercado independente, com retração de 10,36% no quilo do animal vivo no Rio Grande do Sul. Segundo análide da Scot Consultoria, as vendas estão devagar e existe pouco interesse dos compradores em aumentar os estoques, mesmo estando no início de mês.
As incertezas com relação à demanda, em função da quarentena, no qual existe uma queda na renda da população, aulas escolares suspensas e fechamentos de estabelecimentos (food service), deixam o ambiente de negócios em ritmo lento.
Em São Paulo, de acordo com a Scot, a arroba do suíno CIF teve queda de 4,65%/4,65%, chegando a R$ 86/R$ 91, enquanto o quilo da carcaça especial permaneceu estável em R$ R$6,80/R$7.
No caso do mercado independente, no Paraná a queda no quilo do suíno foi e 1,65%, sendo negociado a R$ 1,77/kg. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, a desvalorização foi de 10,26%, ficando com preços de R$ 4,20 e R$ 4,50, respectivamente.
Segundo dados do Cepea/Esalq, referentes à segunda-feira (6) sobre o suíno vivo, a retração no Paraná foi de 8,39%, chegando a R$ 4,37/kg, redução de 5,47% no Rio Grande do Sul, atingindo R$ 4,32/kg, baixa de 4,68% em Minas Gerais, com preço de R$ 4,48/kg. Em São Paulo, a queda foi de 2,96%, com valor de R$ 4,91/kg, e de 0,45% em Santa Catarina, cravando R$ 4,41/kg.