Desempenho do frango vivo em fevereiro e no primeiro bimestre de 2020
Em fevereiro, após permanecer por meses como simples balizadora de preços do produto, a cotação do frango vivo apresentou maior compatibilidade com o mercado real, pois - ainda na primeira quinzena do mês - as negociações desenvolvidas no interior paulista voltaram a encontrar um ambiente de demanda. A ponto de romperem uma estabilidade que já durava 15 dias e propiciarem dois reajustes, praticamente consecutivos, de 10 centavos cada.
Não representou ganho, é verdade. Pois a cotação de R$3,30/kg que vigorou a partir do dia 13 de fevereiro e fechou o mês de fevereiro correspondeu, somente, ao retorno à mesma cotação vigente em 2019 por quase 150 dias, entre os dias 18 de junho e 7 de novembro. De toda forma, representou um aumento, o primeiro de 2020.
Não se pode ignorar, no entanto, que parte da reação observada no mês foi impulsionada por um aumento de procura antecedente ao Carnaval, ocasião em que o varejo se estoca para minimizar os problemas logísticos típicos do período. Aponta nessa direção o fato de, mal iniciada a Quaresma, a cotação registrada – embora inalterada – voltar a sofrer descontos.
O início do terceiro mês do ano – aquele em que o País volta a deslanchar – cria, senão novas expectativas, a esperança de que a demanda continue dando sustentação à oferta atual. Porém, é oportuno lembrar que nos encontramos no período do ano normalmente mais crítico para a comercialização – o da Quaresma. Assim, as próximas seis semanas (a Páscoa é comemorada em 12 de abril) podem apresentar desafios.
Ou não. Pois em 2019 foi ao final do período de Quaresma que o frango vivo, tanto em São Paulo como em Minas Gerais, alcançou os melhores preços de 2019. Ou seja: boas surpresas ainda podem ocorrer.
E é preciso que ocorram. Pois, sob condições de produção extremamente opostas às de um ano atrás, o frango vivo encerrou o primeiro bimestre de 2020 com um valor médio – R$3,20/kg – inferior ao que foi registrado no ano passado entre os meses de março e novembro. Aliás, o preço do bimestre se mantém aquém das médias anuais (deflacionadas) registradas em 2013, 2016 e 2019