Desempenho do ovo em janeiro de 2020
Não houve exagero na afirmação, feita há menos de um mês, de que o preço alcançado pelo ovo em dezembro de 2019 foi “verdadeiro presente de Papai Noel”. Porque, passado o Natal e mal iniciado novo ano, as cotações do produto sofreram imediato e fortíssimo refluxo, retrocedendo – segunda semana do mês – a níveis que (nesse momento do ano) haviam sido registrados em 2016 e 2017.
Inadequação, sem dúvida, da oferta à menor demanda de todo início de ano. Agravada, neste caso, pela também forte e simultânea desvalorização das carnes. Daí, por exemplo, a cotação alcançada em 7 de janeiro ter sido mais de 35% inferior à registrada no mesmo dia de dezembro.
Frente a tais circunstâncias, o setor agiu rapidamente, descartando poedeiras improdutivas ou de maior idade. Com resultado imediato, pois, já na terceira semana de janeiro começou uma recomposição de preços que prosseguiu até o final do mês e – tudo indica – deve ter continuidade em fevereiro corrente.
Mesmo assim, o resultado médio de janeiro não foi animador, porquanto apresentou recuo de, praticamente, 20% em relação ao mês anterior, além de corresponder ao segundo pior resultado dos últimos 12 meses.
É verdade que, em comparação a janeiro de 2019, registrou-se incremento superior a 40%. Mas, aqui, é impossível ignorar que, um ano atrás, o setor de postura enfrentou (pelo menos em termos de preços) momentos piores que os atuais, pois a remuneração então obtida retrocedeu ao menor valor dos últimos quatro anos para um mês de janeiro.
A propósito, a média mais recente (R$67,27/caixa por carga fechada do ovo branco extra comercializado no atacado paulistano), ficou apenas R$3,22/caixa acima da registrada em janeiro de 2016 (R$64,05/caixa). Ou seja: a valorização obtida desde então não vai muito além de 1% ao ano.