Desempenho do frango vivo em janeiro de 2020
Uma vez que 2019 foi encerrado com o terceiro menor preço do ano (já em baixa, a cotação média de dezembro superou, apenas, às do primeiro bimestre do exercício passado), 2020 foi aberto sem maiores perspectivas para o frango vivo comercializado no interior paulista, dada a menor demanda do período e o baixo poder aquisitivo do consumidor em todo início de ano.
Não deu outra, obviamente: o preço refluiu e janeiro de 2020 foi fechado com uma cotação média de R$3,18/kg, valor mais de meio por cento inferior ao do mês anterior (R$3,20/kg em dezembro de 2019).
Mas, espera lá! Se, no mês, os preços do boi em pé e do suíno vivo retrocederam, na média, entre 5% e 6%, como se explica que a redução enfrentada pelo frango vivo ficou a, praticamente, um décimo desses índices? Mais ainda: porque, na variação entre o início e o fim de janeiro, os preços do boi e do suíno recuaram 8% e 19%, respectivamente, se a perda do frango vivo não passou de 3%?
A verdade é que, a despeito das ligeiras reduções apresentadas, o preço do frango vivo ofertado no interior paulista continua não refletindo a realidade do mercado, aparentando estar imune às variações que nele ocorrem dia a dia.
Isso ocorre porque a maioria dos abatedouros avícolas paulistas já se tornou autossuficiente na produção de sua principal matéria-prima, o frango vivo. Com isso, caiu substancialmente a procura da ave viva no mercado independente.
E como - em momentos de fraca demanda, como o atual – até a produção própria acaba sendo excessiva, esses abatedouros desovam no “spot” seus excedentes, agravando ainda mais a situação desse mercado.
Enfim, excetuado o fato de que o produto disponibilizado permanece visivelmente acima da demanda, todos os demais indicadores do frango vivo (inclusive variações mensal e anual de preço) perderam seu referencial. Sob esse aspecto, pois, talvez seja melhor tomar como base de comparação o frango abatido, cujo preço médio no mês recuou perto de 10% em relação a dezembro passado.