Exportações tailandesas de frango para a China devem aumentar em meio a surto de peste suína

BANGKOK (Reuters) - As exportações de frango da Tailândia para a China devem aumentar 60% no próximo ano, disse uma associação da indústria tailandesa na quinta-feira (19), enquanto a China busca suprimentos alternativos de carne depois que um surto de peste suína quase reduziu pela metade seu rebanho de porcos.

O rebanho de porcos da China é cerca de 40% menor que um ano atrás, disseram as autoridades chinesas, depois que a peste suína africana atingiu o país desde que foi detectada pela primeira vez em agosto de 2018.

A demanda na China por suprimentos alternativos de carne, o maior consumidor mundial de carne suína, deve aumentar o volume das exportações de frango tailandês para 80.000 toneladas no próximo ano, disse Kukrit Arepagorn, gerente da Associação de Exportadores de Processamento de Frangos da Tailândia.

Isso é 60% superior às 50.000 toneladas deste ano, que já eram quase o triplo das 18.000 toneladas exportadas para a China em 2018, disse Kukrit.

"As exportações para a China só crescerão com cada nova fábrica que a China permitir exportar para lá", disse Kukrit à Reuters em entrevista.

Sete fábricas de frango na Tailândia obtiveram acesso de exportação ao mercado chinês em março de 2018. Em 2004, a China havia proibido a galinha tailandesa devido a surtos de gripe aviária.

Mais oito fábricas receberam acesso no mês passado e começarão a exportar frango para a China em 2020, contribuindo para a previsão otimista, disse Kukrit.

A Tailândia tem 27 fábricas de frango. Os pedidos de acesso para os 12 restantes estão pendentes, mas devem ser aprovados no próximo ano, disse ele.

SALVO PELA CHINA

Apesar da otimista previsão da China, as exportações totais de frango da Tailândia no próximo ano devem aumentar em apenas 4,26%, para 980.000 toneladas, segundo dados fornecidos à Associação pela Reuters.

As exportações de frango da Tailândia para seus dois principais compradores - Japão e União Europeia - caíram em 2019, com o baht forte, que se tornou a moeda com melhor desempenho da Ásia este ano, tornando os preços de exportação menos competitivos em relação ao seu principal concorrente Brasil.

Prevê-se que as exportações para o Japão aumentem apenas 0,92%, para 440.000 toneladas no próximo ano, enquanto as exportações para a União Europeia devem permanecer estáveis ​​em 324.000 toneladas, mostraram os dados.

Quando se trata da China, a Tailândia se beneficia de um acordo de livre comércio entre a China e a Associação das Nações do Sudeste Asiático, e os dois países são vizinhos próximos, de modo que o prazo de entrega é de apenas sete dias, disse Kukrit.

Por outro lado, o frango brasileiro enfrenta tarifas chinesas e leva cerca de 50 dias para ser entregue, disse ele.

"O mercado chinês nos salvou este ano", disse ele.