Suíno vivo: novembro registra alta de 51,12% no Rio Grande do Sul e 39,07% em Santa Catarina em comparação com 2018

Publicado em 25/11/2019 14:16

O suinocultor está vendo bons resultados no mercado de suíno vivo nas principais praças produtoras, segundo o Boletim Agropecuário de novembro emitido pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Houve valorização tanto nos preços praticados entre outubro e novembro deste ano, quanto no comparativo entre novembro deste ano com o mesmo período de 2018.

Na parcial emitida pelo órgão, com dados referentes até o dia 14 de novembro, a valorização do suíno vivo nas primeiras semanas de novembro seguiu a tendência de aquecimento do mês de outubro. Na comparação entre os valores atuais e os preços médios de novembro de 2018, as variações são ainda mais significativas nos cinco estados analisados: 51,12% no Rio Grande do Sul, 39,07% em Santa Catarina, 37,87% no Paraná, 37,07% em São Paulo e 35,01% em Minas Gerais. A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 2,54%, segundo o IPCA/IBGE.

Em Chapecó, praça de referência para os suínos vivos em Santa Catarina. O preço ao produtor independente subiu 2,82%, enquanto o preço pago ao integrado apresentou alta de 2,63%. Na comparação com novembro de 2018, as diferenças são bastante expressivas: aumento de 44,08% para os produtores independentes e 39,61% para os integrados.

De acordo com Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associção Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o mercado mudou muito do início do ano até agora, e a margem de lucro do produtor também. "No começo de 2019 nós tínhamos o preço do quilo do suíno integrado a R$ 2,90, e hoje está em R$ 4,20, tem muita diferença. No início do ano estava praticamente empatando a venda com o custo", explica.

-- "No mercado independente estava R$ 3,70, e fechamos a bolsa na semana passada a R$ 5,20, e acredito que essa semana vá a R$ 5,40, também uma recuperação muito forte, entendendo que os R$ 3,70 era um preço em que estava havendo um prejuízo de R$ 0,15, R$ 0,20 centavos, porque chegava a R$ 3,85, R$ 3,90 o custo de produção", afirma.

>> Margem de lucro na suinocultura faz frente ao aumento de custos de produção

>> Produtor independente de suínos também desfruta do bom momento para o mercado da suínocultura

Segundo ele, o momento é positivo, mas os suinocultores que foram mais prejudicados pela crise no setor nos últimos três anos, endividados e renegociando os débitos, devem levar cerca de um ano, um ano e meio aproveitando as altas nas vendas para quitar o passivo. 

Para Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), estado que também viu os preços dispararem desde novembro do ano passado, o aumento do preço de venda e no custo de produção é mais sentido pelo produtor que está fora do sistema verticalizado, mas ainda a margem de lucro é boa. 

Folador acredita que a suinocultura no sul deve continuar crescendo em 2020, tanto por alguma aumento de plantel, quanto pela melhoria das granjas, melhor eficiência, modernização. 

EXPORTAÇÕES

Segundo o boletim do Epagri/Cepa, Em outubro, o Brasil exportou 67,11 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos), alta de 17,68% em relação a setembro e de 8,86% na comparação com outubro de 2018. As receitas de outubro foram de US$ 148,51 milhões, crescimento de 20,30% em relação ao mês anterior e de 38,49% na comparação com outubro de 2018. De janeiro a outubro, o Brasil exportou 585,55 mil toneladas de carne suína, 12,01% a mais que no mesmo período de 2018, com receitas de US$ 1,23 bilhão, aumento de 24,83% em relação ao ano anterior. 
 
Santa Catarina segue sendo o maior exportador da proteína, com participação de 55,4% do que é embarcado, seguido pelo Rio Grande do Sul (25,8%) e Paraná (15,8%), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME). 

Segundo Lorenzi, o bom desempenho das exportações catarinenses se deve ao status sanitário do estado, que é livre de febre aftosa sem vacinação e da Peste Suína Clássica (PSC). O país que mais compra a carne suína é a China, e para ele, é esse mercado que continuará fazendo a diferença no setor de suínos no Brasil.  

Para Folador, a questão sanitária é de suma importância para que o país continue tendo bons desempenhos na produção e exportação de suínos. "Não podemos ter problemas com enfermidades que impactem ou tranquem a exportação. Não podemos sofrer nenhum acidente sanitário. Só isso poderá garantir esse bom momento que estamos vivendo", afirma.

>> confira o boletim completo aqui

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Epagri/Cepa e Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Newcastle: ABPA acredita em rápido reestabelecimento das exportações de carne de frango após informe sobre erradicação de foco
Frango vivo no Paraná sobe 2,26% nesta sexta-feira (26)
Estabilidade domina o mercado de suínos nesta sexta-feira (26)
Mapa notifica à OMSA fim do foco da doença de Newcastle
JBS abrirá fábrica na Arábia Saudita em novembro, quadruplicando capacidade no país
MAPA comunica autoridade internacional sobre erradicação de foco da Doença de Newcastle em Anta Gorda (RS)