Como será a avicultura em 2035? Por José Luiz Tejon Megido

Publicado em 08/08/2018 16:37
José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.

Uma série de conhecimentos foram apresentados no IX Encontro Técnico de Avicultura entre os dias 24 a 26 de julho em Maringá (PR).

O Brasil é o campeão mundial do frango, da avicultura. O maior exportador, e quem é o maior precisa também ser o melhor.

Somos bons no que fazemos? Quando olhamos cada elo da corrente da avicultura, o que está envolvido nela, vemos que temos muitos fatores críticos de sucessopositivos.

Produção de grãos, o custo de uma indústria, 70% está nos grãos, na alimentação, e nisso temos uma agricultura produtora, onde produzimos para exportar e para abastecer o mercado interno, e ainda deixar estoques de soja e milho.

Temos genética? Temos acesso aos melhores núcleos genéticos do mundo, hoje concentrados em duas corporações, mas elas estão aqui. A Doutora Jane Lara, da empresa Aviagen, apresentou como será o frango em 2035. Disse que ficará com 2 kg em apenas 23 dias, sendo que hoje leva-se cerca de 32 dias.

Ao invés de comer 1,4/1,5 kg de ração por quilo vivo, comerá menos… cerca de 1,2 kg, e terá maior aproveitamento útil de carcaça e de parte nobre, como a carne do peito.

Temos ciência e tecnologia de manejo, nutrição, sanidade e técnicos brasileiros que sabem fazer.

Também formamos avicultores integrados, independentes, e nas cooperativas com elevados níveis de produtividade na gestão dos aviários.

E no acesso ao mercado? Da mesma forma. O frango é um campeão, saímos há 40 anos atrás de cerca de 8 kg per capita, onde só se comia frango aos domingos com macarronada ou era conhecido como comida de hospital, para hoje 42 kg per capita, presente em todos os pratos e nas assadeiras de todos os bares e padarias do país.

Então, o que falta na avicultura? Falta colocar todo esse talento para jogar junto. Formar umg time, onde os grãos estejam contratados e as relações em cada elo dessa corrente dialogado e orquestrado.

Precisa que as locomotivas dessa cadeia produtiva, as agroindústrias, sejam exemplares e líderes desse sistema.

O maior adversário do Brasil não está do lado de fora, na guerra comercial do Trumpcom o Putin ou no embargo europeu… nosso maior adversário está no passe errado entre governo, ciência e os gestores do setor.

Ninguém ganhará o jogo dos mercados globalizados sem total cooperação interna.

Fonte: CCAS

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