Suíno: Quedas acentuadas no animal vivo prejudicam margem dos produtores
Os produtores de suínos têm enfrentado um cenário difícil nos últimos meses e as projeções futuras também não são animadoras. Embora os custos de produção tenham caído significativamente se comparado ao ano passado, o preço do animal vivo superou a queda e já deixa muitos suinocultores trabalhando no vermelho.
Em São Paulo, por exemplo, o levantamento de preço da APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos), mostrou que em um mês a arroba suína caiu mais de 12%, sendo pouco mais de 3% somente nesta semana. Em Santa Catarina, estado referência na produção de suínos, os produtores estão amargando prejuízo de R$ 20 a R$ 30 por animal comercializado.
"Era um momento de recuperar as perdas do ano passado em função dos preços altos do milho. Mas, o que vemos são as cotações do animal vivo caindo forte e trazendo novamente prejuízo ao setor", afirma o presidente da ACCS (Associação Catarinense dos Criadores de Suínos), Losivanio Luís de Lorenzi. No estado os produtores não estão conseguindo vender por mais de R$ 3,10/kg, ao passo que os custos giram em torno de R$ 3,40/kg.
Muito embora os dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) mostrem um avanço de quase 30% na receita com as exportações de carne suína no acumulado do ano, a verdade é que os volumes não acompanham a mesma tendência e fazem sobrar ainda mais carne no mercado interno. Em volumes embarcados, os exportadores de carne suína acumulam retração de 4,4% entre janeiro e maio. No total, foram exportadas 279,1 mil toneladas – contra 291,9 mil toneladas em 2016.
Com excesso de produção em um mercado interno que já patina desde o ano passado, o resultado não poderia ser outro, queda nos preços aos produtores. Agora, entramos na segunda quinzena do mês de junho e novas baixas não estão descartadas. “Os frigoríficos devem seguir adotando a estratégia de não formar um grande volume de estoque durante os próximos dias”, sinaliza o analista, Allan Maia da Safras & Mercado.