Retorno do ICMS nas carnes gera aumento na procura por suínos em SP
A revogação do incentivo fiscal as indústrias e varejistas em São Paulo tem gerado um aumento na procura por suínos vivos neste início de ano, refletindo em cotações atípicas para o período.
Como parte das medidas de revisão dos incentivos fiscais, o Governo Estadual revogou a isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) ao setor de carnes.
A nova regra, que passa a valer em 1ª de abril, estipula alíquota de 11% de ICMS nas carnes (bovina, suína, de frango, dentre outras) às vendas ao consumidor final. E também, 7% aos frigoríficos.
Assim, as agroindústrias intensificaram as compras antecipando a elevação da tributação. Os pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia aplicada) acreditam que a confirmação da volta do tributo “elevou a procura por carne de dentro do estado, reforçando a necessidade de novos lotes de animais para abate pelas indústrias paulistas”. E esse movimento teve reflexo nos preços praticados no mercado.
Desde o dia 20 de janeiro a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) vem relatando crescimento da demanda. Na última semana anunciou a venda de 440 suínos em Brotas com preço de R$ 4,59/kg para entrega nesta terça e quarta-feira. E mais 700 animais em Holambra, para entrega também nesta semana e cotação R$ 4,53/Kg.
Ontem (3) um novo aviso de venda informou a comercialização de 220 suínos a R$ 97,00/@ [equivalente a R$ 5,17/kg vivo] para entrega na quinta (9).
Entre 25 de janeiro e 1º de fevereiro, o preço do animal vivo subiu 11,4% na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), a R$ 4,51/kg, segundo levantamento do Cepea.
No atacado da Grande São Paulo o cenário é semelhante. "A carcaça especial se valorizou 6,2% no mesmo período, com o quilo passando para a média de R$ 6,76 nessa quarta. O preço da carcaça comum subiu 8,4%, a R$ 6,39/kg", relata o Centro.