Avicultura paulista adota procedimentos de compartimentação para garantir segurança nas exportações

Publicado em 12/12/2016 15:44

O Estado de São Paulo deu um importante passo na proteção das suas exportações do agronegócio com implantação de projeto de compartimentação da avicultura industrial para prevenir o plantel de Influenza Aviária e doença de Newcastle, de acordo com as regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

O projeto foi apresentado no último dia 9 de dezembro de 2016, na sede da empresa Cobb-Vantress, em Guapiaçu. Com 34% da produção voltada à exportação, a empresa de genética avícola Cobb-Vantress foi a primeira do Brasil a receber o documento, emitido pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A certificação com validade de dois anos se estende às unidades da empresa em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), acompanhou a formatação do projeto da Cobb, a partir de 2006, incluindo as simulações e o atendimento às exigências de biosseguridade pelo órgão internacional. O órgão paulista será responsável pela monitoria das propriedades no entorno do compartimento.

Para o diretor-executivo da Cobb-Vantress para a América do Sul, Jairo Arenazio, a conquista da certificação é um importante passo para que outras empresas sejam reconhecidas. “Em 2006, a Cobb atingiu um volume expressivo no mercado brasileiro e queríamos focar na exportação. O processo de biosseguridade é uma garantia de que o nosso produto chegará em perfeitas condições ao seu destino final”. De acordo com o executivo, a compartimentação trará um importante diferencial ao agronegócio brasileiro. “A próxima etapa é certificar e controlar os fornecedores de milho, por exemplo, promovendo total garantia sanitária no estoque”, afirmou.

O coordenador de Defesa Agropecuária da Secretaria, Fernando Gomes Buchala, que representou o secretário Arnaldo Jardim na entrega, participou da elaboração do projeto. “Em 2004, nós nos preocupamos em saber como o mercado brasileiro reagiria no caso de um possível surto e a primeira opção seria o fechamento do mercado. Surgiu então a necessidade de blindar o sistema para que não comprometa os negócios do País”, afirmou.

“Essa certificação é um primeiro passo e nos traz uma grande responsabilidade de garantir a sanidade dos planteis, atividades que demandam mais ações da equipe de defesa agropecuária paulista”, relatou Fernando Buchala.

Para o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer, a ação destaca o pioneirismo do agronegócio brasileiro. “Pelas proporções continentais do Brasil, a compartimentação é de extrema necessidade para que uma situação isolada em uma região não afete o comércio internacional de São Paulo, por exemplo. È um grande passo para o aperfeiçoamento da biosseguridade, que acredito que, em breve, será disseminado a todas as casas genéticas e, a médio e longo prazo, pode migrar à produção do frango e outros demais setores da cadeia produtiva”, explicou.

Na opinião do superintendente do Mapa no Estado de São Paulo, Francisco Jardim, a adequação às normas da OIE é uma clara demonstração da parceria entre o setor público e produtivo. “É uma ação focada na busca do interesse comum. Hoje o Brasil é o quinto produtor de alimento do mundo, com a responsabilidade de abastecer mais de 200 países. Temos uma vantagem comparativa muito forte de recursos como terras, água, clima, pessoas, e precisamos transformar isso em vantagem competitiva, trabalhando juntos em ações como a adoção da compartimentação”, afirmou.  

 “A OIE estimulou o Brasil a adotar o programa de compartimentação, uma forma de conferir crédito a essa operação adotada por um País de grande relevância ao agronegócio. Foi uma quebra de paradigmas, um programa construído com o apoio do governo e auditado pelo Ministério”, avaliou o  diretor de Produção da ABPA, Ariel Mendes. “Os requisitos são estabelecidos pelo Ministério e Secretaria e envolvem granja de matrizes, reprodutoras, abatedouros e fornecedores. A participação da defesa agropecuária paulista foi essencial, pois órgão promoveu a monitoria sorológica tanto no compartimento como no seu entorno”, contou.

Fonte: Secretaria de Agricultura - SP

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